Thursday, June 30, 2005
Mal empregado
O sr. Afonso Candal, jovem de 34 anos, Deputado do PS desde os 24 e sem profissão, ocupação ou coisa equivalente conhecida, declara no Público (a pagantes não há links)que ser deputado "é como estar contratado a prazo". Mais, revela o cavalheiro que, coitado, já passou pela situação, desagradável, presume-se, de "absoluta precariedade que é a dissolução da AR". Compreendo-o. Nunca tendo feito outra coisa na vida, o rapaz está convencido de que aquilo é um emprego.
Nitidamente, há aqui alguma coisa mal empregue.
Nitidamente, há aqui alguma coisa mal empregue.
O dr. Sampaio, a esquerda e os disparates do costume
O dr. Sampaio, ao que parece, terá considerado fundamental mudar a Lei da nacionalidade para que as crianças nascidas em Portugal obtivessem imediatamente nacionalidade portuguesa. O Dr. Sampio é um homem de esquerda, cheio de bons sentimentos e más soluções. Como os funcionários do SEF tiveram de explicar imediatamente, se assim for cria-se uma lei que estimula a imigração ilegal de grávidas. Ah, a esquerda, que bons sentimentos que a esquerda tem.
O primeiro equívoco
Já disse, gostei do artigo do Pires de Lima, mas há um erro, nem é um mero equívoco, que me incomoda. Autoridade e liberdade não são dois conceitos incompatíveis. Pelo contrário. Ou se está a confundir autoridade com autoritário, ou se esquece que sem autoridade não há Estado e sem Estado não há Liberdade.
A direita para ser liberal não precisa de deixar de ser de direita.
A direita para ser liberal não precisa de deixar de ser de direita.
Isso sim, outra coisa não
Eu sou dessa direita liberal (e conservadora, e conservadora), fico contente por haver um blog assim gostei do artigo do Pires de Lima e gosto de noites de direita liberais. Só não gostava é que afinal tudo não fosse mais do que a encenação necessária para uma guerra interna do CDS. Não que ache mal ter-se ambições, mas porque a confusão me pareceria desagradável.
Boas noites, e bons dias, meus caros.
Boas noites, e bons dias, meus caros.
Quem sou eu?
O Francisco é que tem culpa. Não sou um liberal de esquerda e Paris Não é a minha cidade. Estes testes são estúpidos. Têm de ser. Para nos dizerem que somos de direita tem que se defender o homicídio regular do pobres, é o que é. Bahh.
Liberal de Amsterdam. Ou de NY, mas aí liberal quer dizer coisas muito feias. Refaçam os testes.
Segunda nota, FMS, provavelmente vives com uma encantadora conservadora romana.
PS, salvo seja. Refiz os testes. Já sou um libertário de Roma ou de Nova York. É tão fácil enganá-los.
Liberal de Amsterdam. Ou de NY, mas aí liberal quer dizer coisas muito feias. Refaçam os testes.
Segunda nota, FMS, provavelmente vives com uma encantadora conservadora romana.
PS, salvo seja. Refiz os testes. Já sou um libertário de Roma ou de Nova York. É tão fácil enganá-los.
Wednesday, June 29, 2005
Mas a casa é do sr. Garret?
As casas de escritores, pintores, artistas de circo, ilustres políticos da primeira República e outras criaturas que não tenham vivido em palácios, casas com particular valor arquitectónico ou outra maravilha invulgar qualquer, não me merecem especial carinho. Assim sendo, e a menos que os números 66 e 68 da rua Saraiva de Carvalho, em Lisboa, tenham algum valor arquitectónico excitante, não lhes encontro melhor destino do que a demolição desejada pelos proprietários - que não consta que seja o sr. Garret. A menos, claro, que um fantasma do cavalheiro por lá se passeie. O despejo de almas ilustres incomoda-me.
E agora a sério. Num país curto de verbas e onde falta investir na divulgação da língua e da literatura preservar casas que não tenham outro valor é um desperdício. E no futuro, quando os mortos ilustres tiverem todos morado no 5º esquerdo e no 3º frente, fazem-se andares museu?
E agora a sério. Num país curto de verbas e onde falta investir na divulgação da língua e da literatura preservar casas que não tenham outro valor é um desperdício. E no futuro, quando os mortos ilustres tiverem todos morado no 5º esquerdo e no 3º frente, fazem-se andares museu?
Tuesday, June 28, 2005
A tendência totalitária
Os dramas privados do barnabé não me excitam nem justificam que me intrometa. Para além de não achar que toda a argumentação da esquerda radical e da extrema-esquerda se esgote ali, não me parece que se possa esgotar numa só pessoa. Mas haverá com certeza quem lamente, quem descubra o fim de um certo tempo, e tenho respeito por isso.
A mim, de qualquer maneira, a única coisa que me interessa é um detalhe impressionante na declaração de despedida do Daniel Oliveira . Diz ele: " O Barnabé era para mim um espaço de opinião alternativo, que debatia com outros e se batia pela hegemonia da linguagem política e cultural".
Eu nunca tive dúvidas de que esta rapaziada ambiciona a hegemonia, mas nunca pensei que o confessassem.
Em toda esta história que só não é privada por ser em público que se desenrola, é a única coisa que me interessa.
A mim, de qualquer maneira, a única coisa que me interessa é um detalhe impressionante na declaração de despedida do Daniel Oliveira . Diz ele: " O Barnabé era para mim um espaço de opinião alternativo, que debatia com outros e se batia pela hegemonia da linguagem política e cultural".
Eu nunca tive dúvidas de que esta rapaziada ambiciona a hegemonia, mas nunca pensei que o confessassem.
Em toda esta história que só não é privada por ser em público que se desenrola, é a única coisa que me interessa.
Sunday, June 26, 2005
Não é relativismo, é ignorância ou estupidez
Num roda-pé da RTP chama-se "resistentes" aos iraquianos que fazem explodir bombas entre civis.
Não tarda serão conhecidos como "movimentos de libertação". Ou acham que é tudo a mesma coisa, ou querem que achemos que é. A resistência da estupidez é imbatível.
PS (salvo seja): no Parlamento Europeu a esquerda defende uma distinção mais habilidosa. Terroristas, quando as bombas atingem civis; insurgentes, quando matam polícias, militares ou americanos. Qualquer coisa como: aí podes, aí não podes, aí mata, aí não mates que é feio.
Não tarda serão conhecidos como "movimentos de libertação". Ou acham que é tudo a mesma coisa, ou querem que achemos que é. A resistência da estupidez é imbatível.
PS (salvo seja): no Parlamento Europeu a esquerda defende uma distinção mais habilidosa. Terroristas, quando as bombas atingem civis; insurgentes, quando matam polícias, militares ou americanos. Qualquer coisa como: aí podes, aí não podes, aí mata, aí não mates que é feio.
Tuesday, June 21, 2005
Ninguém os elegeu, mas eles não acham isso importante
Segundo o Daily Telegraph de hoje, sempre suspeito por ser de direita, o comissário europeu belga Luis Michel terá dito qualquer coisa como: os eurocratas não colaborarão com a presidência Blair se o Primeiro Ministro britânico insistir na sua oposição a uma maior integração política. Terá dito isso e acrescentado que sem a ajuda dos eurocratas o sr. Blair não irá muito longe.
Sincero, com certeza, eventualmente pouco diplomata, o sr. Luis Michel deixou claro aquilo que faz com que muitos não apreciem o peso dos eurocratas, da suposta bendita comissão e outras maravilhas do género. O sr. Michel evidentemente não aprecia o facto de esta ainda ser uma União de Estados. E é por pensarem assim, o sr. Michel e outros do tipo, que tantos temos tanto contra uma Europa entregue essencialmente aos cuidados dos eurocratas brandamente vigiados por eurodeputados cuja actividade dificilmente pode ser avaliada.
Ao sr. Michel e aos demais eurocratas, ninguém os elegeu, mas isso não os incomoda, pelo contrário.
Sincero, com certeza, eventualmente pouco diplomata, o sr. Luis Michel deixou claro aquilo que faz com que muitos não apreciem o peso dos eurocratas, da suposta bendita comissão e outras maravilhas do género. O sr. Michel evidentemente não aprecia o facto de esta ainda ser uma União de Estados. E é por pensarem assim, o sr. Michel e outros do tipo, que tantos temos tanto contra uma Europa entregue essencialmente aos cuidados dos eurocratas brandamente vigiados por eurodeputados cuja actividade dificilmente pode ser avaliada.
Ao sr. Michel e aos demais eurocratas, ninguém os elegeu, mas isso não os incomoda, pelo contrário.
Monday, June 20, 2005
A Holanda
Um calor insensato para estas paragens empurrou-me até Zeeland, um daqueles bocados de país que os holandeses inventaram, só para descobrir uma coisa e confirmar outra.
A descoberta foi a praia. O mar do norte não cheira a água salgada - ou deveria dizer a algas? - nem tem cor de mar, mas numa tarde de 33 graus consegue justificar dois mergulhos.
A confirmação é que a Holanda é o país mais simpático da Europa. Uma praia - dentro do género - onde há espaço, há ordem, há arrumação e há liberdade. Estes tipos perceberam o evidente, que é sempre mais difícil de entender: liberdade só com muita disciplina (ordem/organização). O oposto do que nós temos.
A descoberta foi a praia. O mar do norte não cheira a água salgada - ou deveria dizer a algas? - nem tem cor de mar, mas numa tarde de 33 graus consegue justificar dois mergulhos.
A confirmação é que a Holanda é o país mais simpático da Europa. Uma praia - dentro do género - onde há espaço, há ordem, há arrumação e há liberdade. Estes tipos perceberam o evidente, que é sempre mais difícil de entender: liberdade só com muita disciplina (ordem/organização). O oposto do que nós temos.
O exagero e a solução
Desde Sexta-feira à noite, já Sábado de madrugada - para quem aprecia esse tipo de detalhes - que uma quantidade de gente decretou a maior crise jamais vivida na UE. Perfeito disparate, para além de enorme falta de memória. O Pacote Dellors II, lembram-se? Foi aprovado à segunda. Uma Comissão inteira despedida por indecente e má figura; desacordos financeiros constantes; o quase não francês e o não dinamarquês mais o não irlandês. Não se lembram? O que há de tão extraordinário neste momento? Em bom rigor nada, ou pouco. Há um desacordo generalizado quanto ao que deve ser a Europa. Nada de grave, sobretudo para quem não é federalista. Antes assim. Feita a 25, ou a mais, só pode haver um acordo mínimo, um acordo sobre o que é útil a todos. A Europa deve ser a do mínimo denominador comum, deixando aos diferentes países "margens" de manobra para as políticas nacionais. De resto, os eleitores nos referendos têm deixado claro que responsabilizam, e bem, os governos pelas políticas europeias. Dois passos atrás, portanto. Óptimo.
Sobra um dado grave. Se for verdade, como consta que sim, que em certo momento o primeiro-ministro polaco se dirigiu a Blair e disse qualquer coisa como: se o problema é dinheiro, digam lá quanto querem que nós abdicamos, isso sim é grave. Se Blair perder o apoio da Nova Europa, corremos o risco de a ver correr para os braços de quem lhes der o que, mais que liberalismos ou outra coisa qualquer, buscam: fundos. Como nós.
Sobra, portanto, uma esperança. Mesmo uma expectativa justificada: sem um referendo em Inglaterra, rapidamente Blair vai resolver a questão financeira e recuperar os aliados de leste. Se não o fizesse seria um político pouco hábil, coisa que manifestamente não é.
Sobra um dado grave. Se for verdade, como consta que sim, que em certo momento o primeiro-ministro polaco se dirigiu a Blair e disse qualquer coisa como: se o problema é dinheiro, digam lá quanto querem que nós abdicamos, isso sim é grave. Se Blair perder o apoio da Nova Europa, corremos o risco de a ver correr para os braços de quem lhes der o que, mais que liberalismos ou outra coisa qualquer, buscam: fundos. Como nós.
Sobra, portanto, uma esperança. Mesmo uma expectativa justificada: sem um referendo em Inglaterra, rapidamente Blair vai resolver a questão financeira e recuperar os aliados de leste. Se não o fizesse seria um político pouco hábil, coisa que manifestamente não é.
Thursday, June 02, 2005
O novo Mundo
A CNN comemora agora vinte anos. A esta hora Clinton dá uma entrevista. Ali um ex-presidente pode explicar que agora tem outros projectos, que não está na política activa e que tem respeito pelo actual presidente republicano e que amanhã vai jogar golfe com o pai Bush, continuando a dizer o que pensa. É diferente.
Um não que sim
O não holandês é bem diferente do francês. Apesar do lado xenofobo - que o francês também incluía - é sobretudo um não à eurocracia, ao poder de Bruxelas, aos custos da União - isso, sim, deve preocupar-nos -, não é a economia - na Holanda de hoje não tinha de ser. Por tudo isso, deste não eu gosto. Resta saber o que virá depois, mas este não liberal compensa o não esquerdista dos franceses.
E agora? Agora é fazer mais simples e menos ideológico. Isso seria o bom. A próxima presidência ser inglesa é uma esperança.
E agora? Agora é fazer mais simples e menos ideológico. Isso seria o bom. A próxima presidência ser inglesa é uma esperança.