Saturday, July 16, 2005

Encerrado para férias

Daqui a duas horas vou de férias, grandes, para casa. Durante as próximas semanas há-de apetecer-me muita coisa, escrever posts duvido que seja uma delas. E daí...
Chegado a casa, gostava de algumas surpresas:

Um jornal ou televisão, ou simplesmente um jornalista actuando como jornalista e segundo as regras do jornalismo, que me dissesse o que de facto aconteceu no dia 10 de Junho em Carcavelos;

A notícia de que há tropas no terreno, para vigiar o que ainda não arde;

A sensação de que o facto de os terroristas de Londres serem imigrantes de segunda geração, terem vidas normais, não serem excluídos nem marginalizados, fazia a esquerda pensar em tanto do que tem dito sobre imigração e em tanto do que tem dito sobre terrorismo. Não misturando os temas excepto na meddia em que se misturam pela natureza dos factos.

A sensação de que o facto de haver campos de treino e bases onde se preparam os terroristas fora da Europa obriga a mesma esquerda a não desatar a dizer que combater o terrorismo lá longe é um disparate.

E um pouco de chuva. Pelo menos no alentejo.

Com isto muito provavelmente não terei oportunidade de ver, nem de agradecer, quem comentar o post anterior. Fica feito o agradecimento por antecipação e pedida a desculpa.

Na volta o estabelecimento funcionará segundo as mesmas regras: calvinball.

Thursday, July 14, 2005

Até eu faço dois anos

É certo que comemorar dois anos de actividade irregular não é muito justificado. De qualquer maneira, foi há dois anos que comecei a vir regularmente aos blogs, a descobrir gente que pensa e escreve bem e que eu não conhecia. Só isso merece ser comemorado.
De resto, até no detalhe sou coerente. Foi dia 11 que passaram os dois anos.Há três dias, portanto.

Tuesday, July 12, 2005

Ah, se eles acreditassem nas virtudes do comércio

A Europa gasta por ano 45 mil milhões de Euros em Política Agrícola Comum. Exactamente o mesmo montante que o G8 pretende anular na dívida de 30 países pobres ao banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional. com o ligeiro detalhe de ser ao longo de 20/30 anos. E se deixassem os países pobres exportar o que produzem?

Disparates

Fosse eu ditador, a liberdade era lei.

Friday, July 08, 2005

Não, também não.

Não, Rodrigo, não devia ser necessário dizê-lo. Confundir o Islão, os islâmicos, os muçulmanos e os terroristas serve a quem não vê longe, e quem não vê longe normalmente percebe muito pouco. Mas não tenhamos medo das palavras. Há quem tenha como projecto destruir a nossa sociedade e os nossos valores e essas pessoas não são ateus do Burundi. Tal como não são imigrantes, são fanáticos dipostos a agir como teroristas.

Há, a propósito deste nosso medo de misturar tudo, uma história que quase podia ter graça. Depois do 11 de Setembro, querendo evitar serem acusadas de profiling, as autoridades amercianas volta e meia revistavam senhoras muito brancas com setenta anos de idade a caminho dos aviões. Entre o racismo e o bom senso há uma longa distância.
O meu País arde todos os anos. Desta vez não repetirei que vi terrenos ardidos serem replantados de eucaliptos, não falarei do que já se sabia que ia acontecer, não direi que era evitável. Hoje olho a uma distância inexistente e fico triste. Às vezes já só se consegue estar triste. E tristemente sem ilusões para desiludir.

Lembram-se do Sr. Ferro?

O Reino Unido tem a vantagem de ter uma oposição que não dirá, como em tempos o sr. Ferro disse, "os senhores colocaram o País no mapa do terrorismo".
Nas notícias, nos comentários, nos blogs, nas reacções de rua não se ouve dizer que se não houvesse tropas no Iraque, Londres seria um sítio mais seguro. Não porque isso seja mentira, provavelmente não é - os terroristas também sabem ler jornais e editoriais -, mas porque esse é o caminho dos cobardes. Pode-se ser contra a intervenção no Iraque, ou onde quer que seja, por mil razões, nunca por medo das retaliações. Por essa razão não se teria combatido nenhum mal do mundo com força para retaliar. Outros argumentos, eu aceito discutir, esse não.

Não

Há alturas em que não estou disponível para ler ou ouvir certas coisas. Por isso não leio, muito menos "linko" blogs, textos e declarações demasiado esperadas. Sim, há os que compreendem, ou pelo menos percebem porquê. Eu também percebo, mas nitidamente percebemos coisas diferentes.
É a pobreza, a humilhação, dizem eles. Mas nunca me explicam porque é que onde a pobreza é extrema não há terroristas assim.
São os pobres e os humilhados do mundo, dizem eles. Mas nunca me explicam como é que esses pobres e humilhados estudam em universidades do mundo ocidental - sim, do mundo ocidental -. E também não me dizem porque emigraram eles para esses países que lhes fazem tanto mal.
É a Amércia, e é também Israel, dizem eles. E depois eu peço-lhes que então me digam qual é a solução. Acabar com Israel? Ou eles não sabem que os movimentos terroristas não pedem apenas a retirada dos colonatos, eles não admitem sequer a existência do Estado de Israel. E mais? Que mais sugerem? Afinal querem que a América remova à força ditaduras, quando clamam contra a relação com a Arábia Saudita? Ou não admitem intervenções americanas, como quando falam do Iraque ou antecipadamente do Irão.
Eles dizem que percebem o que se passa no mundo. Eu acho que vivemos em mundos diferentes porque eles acham que não é o deles que está a ser atacado. E o meu está.

Uma nova normalidade

Aquilo que aconteceu ontem em Londres era certo que ia acontecer.
Esta frase, repetida várias vezes nas últimas 24 horas, não deixa de revelar como nos faltava uma prova para acreditarmos que vivemos uma nova normalidade.
O 11 de Setembro foi demasiado impressionante, teve uma dimensão de tal modo catastrófica, que quando nos diziam que ia haver mais, acreditávamos mas não interiorizávamos. Tal como o 11 de Março. Mas ontem, porque quase nem imagens temos, porque morreram menos de uma centena de pessoas - é verdade, é horrível falar assim, mas a verdade é que todos contávamos com mais mortos - e porque os londrinos responderam em coro "nós sabíamos que isto ia acontecer", talvez estejamos finalmente convencidos de que desde há uns anos que vivemos numa nova normalidade.
Vão haver mais atentados, vai morrer mais gente, vai ser normal.
Por maior que seja o investimento na segurança, nos serviços de informação, uma sociedade democrática e livre será sempre vulnerável a estes ataques. Evitam-se uns, não se evitam todos. O nosso mundo passou a ser este.

Thursday, July 07, 2005

Hoje

Nunca é em Londres, nunca é em Bali, em Madrid, em Nova York ou em Marraqueche. É sempre cá, no nosso mundo.

Wednesday, July 06, 2005

Estou gordo de saudades.

Tuesday, July 05, 2005

É em baixo que se assina?

Roubo ao Francisco este bocado do artigo dele no JN de hoje.

"O presidente Sampaio foi à Cova da Moura. Devia ir mais vezes porque vivem lá portugueses e não pretos. E o presidente da Câmara da Amadora também. Se aquelas pessoas são portuguesas, são portuguesas – devem obedecer às nossas leis, ser tratados como cidadãos, presos se cometem crimes, hospitalizados se estão doentes, perseguidos se praticam excisão feminina, e os seus filhos educados nas escolas públicas. Essa é a lei que eu defendo. Se não são portugueses, devem comportar-se como estrangeiros e respeitar o país onde vivem até que decidam, de acordo com uma lei justa e generosa, optar pela nossa nacionalidade. E aos estrangeiros devemos também um pouco de atenção. Nós fomos estrangeiros em qualquer outro lugar da nossa vida."

E assino por baixo.

Chiracar um gajo

Monsieur le Président de la République
Palais de l'Elysée 55
Rue du faubourg Saint-Honoré 75008
Paris
France

Monsieur le Président,

La presse internationale a publié récemment vos commentaires épicés sur la cuisine britannique et finlandaise. D’après la presse, vous auriez ainsi déclaré le 4 juillet dernier au président Poutine et au chancelier fédéral Schröder, à propos des Britanniques, “qu´il est impossible de faire confiance à des gens qui savent aussi mal cuisiner. Il n’y a qu’en Finlande qu’on mange plus mal.”

Cet événement a suscité beaucoup d’intérêt et de consternation en Grande Bretagne et en Finlande. Votre attitude négative n’est pas non plus passée inaperçue dans ma famille finno-britannique, mon épouse étant anglaise.

Afin de vous prouver le contraire et de vous donner une occasion de rectifier votre jugement, je voudrais vous inviter chez nous, à Genval en Belgique, pour un dîner informel. Bien entendu, nous organiserons cette rencontre au moment qui vous conviendra le mieux.

Dans l’attente de votre réponse que nous espérons positive, je vous prie d’agréer, M. le Président de la République, l’expression de ma très respectueuse considération,

Alexander Stubb

Député Européen (finlandais)

Menu planned by Finnish celebrity chef Jyrki Sukula:

Fish and chips - Roe of vendace with Lapland potato chips
Cep broth with turnip rye pie
Rack of baby lamb from Åland with nettle mash
Finnish berries marinated in Arctic brambleberry wine with beestings pudding