Wednesday, November 30, 2005

As coisas que a minha costela juvenil descobre

E que acha graça.

Couch surfing.

Monday, November 28, 2005

E não se pode crucificá-los? Só um pouco.

Eu ainda me espanto. Parece que a decisão, na sequência de uma queixa de uma associação cuja dimensão me é irrelevante, de retirar os crucifixos de umas quantas escolas está a causar reações. Eu ainda me espanto. Que cada um seja livre de levar ao peito tantos crucifixos quantos queira e possa, mas a esola pública não, essa não tem nada que os exibir. Eu ainda me espanto com o que se discute neste País. Aliás, o que me impressiona é o que não se discute.

A única questão relevante nesta história é que o modelo de financiamento público do ensino que temos impede os pais que quiserem que os filhos aprendam em escolas com crucifixos, com torahs, com Corão - não sei se há plural de Corão, confesso - de o fazerem sem terem de pagar duas vezes pela educação dos seus filhos. O único problema desta conversa é este.

Crucifixos? Deixem o Senhor em Paz.

Sunday, November 27, 2005

Eu nunca fui cavaquista. Eu voto Cavaco.

O João Miranda faz-me uma provocação que aceito, até porque é justificada:
Pode alguém que foi "anti-cavaquista" ser tão empenhadamente "cavaquista" nestas presidenciais?

Eu podia responder duas coisas.

Com graça, como o Pedro que o compara a um remédio que sabe mal mas faz bem. Acontece que não concordo. Ou, simplesmente dizendo que cada tempo tem as suas decisões. É mais ou menos isso, mas pode-se ser mais claro.


A objecção - mais do que oposição - ao Cavaquismo que o Independente representou teve, como é hoje evidente, muito de saudável, de virtuoso, de transformçaõ positiva da comunicação social. E, sobretudo, deu à direita uma oportunidade de ser liberal, coisa em que a direita portuguesa tinha poucas tradições. Assim como teve outro tanto de negativo, de superficial, de preconceito de classe. Nada nesta constatação é original, ainda que tudo isto possa justificar uma boa conversa. Acontece que nem eu estou aqui para justificar o meu passado, nem estas eleições são o momento para ajustar contas com o cavaquismo dos anos 80/90. Ora, é esse o ponto principal que uns não percebem, outros não querem perceber e alguns lamentam que tenha sido percebido.

Por duas vezes podia ter votado Cavaco e não votei. Em 1991 e nas presidenciais de 1996 não votei Cavaco. Num caso, porque havia alternativas bem mais próximas da minha visão do mundo, em particular naquele momento e naquelas circunstâncias. Em 1996, reconheci depois, foi sobretudo por ainda estar a exorcizar as minhas objecções ínitmas ao homem e ao ismo. Em ambos os casos, por razões profundas, mas irremediavelmente presas às circunstâncias.

Acontece que o tempo passa. Passa, com ele, a nossa percepção da realidade, mas passa, sobretudo, a realidade. Não retiraria hoje a maioria das minhas objecções a Cavaco e ao Cavaquismo nas décadas de 80/90. E digo maioria só porque não posso hoje reler tudo e, à cautela, faço esta ressalva. Mas nem por isso deixo de achar três coisas. Uma, que Cavaco foi o melhor primeiro-ministro do País desde o 25 de Abril. Duas, que não é isso que agora estamos a discutir. Três, que a situação presente do País pede um presidente como Cavaco. Com a sua visão económica da realidade, com a sua distância - alguma - relativamente ao sistema de Bloco Central, com disponibilidade para ser exigente com o Governo - sim, sim - e com o País. Mas sobretudo porque há neste momento uma identidade entre o que o País espera de um Presidente da República e a imagem que Cavaco apresenta, e estas identidades são de enorme importância.

Eu não sou cavaquista, não fui cavaquista. Eu voto Cavaco, com convicção. Cada coisa no seu sítio, cada debate no seu tempo.

Isto para nem invocar o facto de relativamente a todos os outros as minhas objecções serem absolutas.

Separados à nascença

Esta vinha noutra página do Telegraph.
O Primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, resolveu não responder a nenhuma pergunta dos jornalistas até ao fim do ano. Não por causa da sua tradicional má relação com a comunicação social mas porque, diz ele,o planeta mercúrio lhe está numa posição desfavorável. O Telegraph, revelando falta de profissionalismo, não percebeu o alcance da informção. Não é só na política polaca que há gémeos.

Vá, e agora não digam que a malta não tem sentido de humor.

David e as gulosas

Há uma italiana - Graziella Magherini - entretida a estudar o efeito da Estátua de David de Michelangelo sobre quem a vê. Diz ela que ao ver a estátua há quem entre em pânico, quem se sinta inseguro em quem sinta inveja mesmo. Diz a senhora que é por causa da sua intrínseca beleza. Será. E pelos vistos também gera obsessão.

Enfim, qualquer razão é boa para ir a Florença.

Read my lips: Direitos Humanos

A malta do costume, que acha graça achar que um ignorante chega a Presidente dos Estados Unidos, obviamente não aproveitou a ida de Bush à China para lhe fazer o merecido elogio. Os engraçadinhos divertiram-se com a cena da porta trancada. Os outros terão reparado que Bush iniciou a estadia em Pequim com uma ida a uma igreja protestante na Praça de Tiananmen.
Evidentemente uma besta, o homem.

A presunção não terá limites?

O ódio dos ingleses aos franceses tem dado a origem a várias coisas, mas a mais recente é um manifesto desafio ao bom senso. Diz um guia de restaurantes inglês - Egon Rony - que nos "gastropubs" britânicos se come melhor do que os bistros franceses. Os britânicos estão loucos.

Ou será que o mui britânico FA tem outra opinião?

Sensibilidade e boas contas

Na sequência do Tsunami do final do ano passado, o jornal inglês The Daily Telegraph organizou uma campanha de recolha de fundos que produziu 6.2 Milhões de Libras que foram entregue a uma instituição chamada Merlin. Até aqui, nenhuma novidade. O original é que a partir de dia 29 deste mês a Merlin apresenta em Londres uma exposição de fotografias tiradas por sobreviventes. Para além dos números com o que foi feito com o dinheiro, há caras felizes, provando que - como quase sempre - depois ainda é possível ser feliz. Ou pelo menos sorrir.

Friday, November 25, 2005

25 de Novembro

Às vezes há coias que são simples

Viva a Liberdade.

Claro que podíamos discutir quem hoje comemora, e o quê, mas às vezes prefiro as coisas simples.

Thursday, November 24, 2005

Quem são vocês?

À atenção indiscriminada dos blogs tipo "nós somos de esquerda, temos candidatos diferentes mas estamos todos de acordo numa coisa: tudo menos Cavaco"

Sempre que me dizem que são de esquerda, que os une o desejo de evitar que Cavaco seja presidente, dê por onde der, fico sempre com a mesma curiosidade.

Se, por absurdo, Louçâ ou Jerónimo passassem à segunda volta, em quem votariam eles? Antes Louçâ do que Cavaco? Mais vale Jerónimo que Cavaco? A sério? Ora aí está alguma informação útil. Bem mais útil do que o boletim de vacinas.

Um erro evitável e um defeito incorrigível.

A propósito disto e mesmo disto.

Pelos vistos os lobos com pele de cordeiro acham que a representatividade da direita e do centro/direita é idêntica à representatividade da esquerda maoísta. É uma perspectiva. Errada.

A esquerda, confusa nas suas alianças, sente-se exclusiva na legitimidade do exercício do poder. É um defeito. Um enorme defeito.

Monday, November 21, 2005

Cheira a fim

Nada disto é original, mas é a dimensão, a quantidade, que impressiona. Os poderes confrontam-se sem pudor, sem vergonha, sem noção nem medo do escândalo. E o País vê. Pode parecer que não, mas o País vê. Tempos assim são tempos perigosos.

Wednesday, November 16, 2005

Mais um

O Francisco Teixeira pelos vistos também tem um blog que é um pilar. Isto nunca mais acaba. Bom, tenho de refazer a lista aqui do lado, está visto.

Descobertas

O David Dinis está num blog, há bastante tempo, e eu descobri-o hoje. A ler.

Maioridade Política

A,eventual, vitória de Cavaco terá um significado e uma virtude muito importantes. Até hoje, ainda não houve um único Presidente da República eleito com o apoio do centro/centro-direita. Ou seja, há 30 anos que a Presidência da República é um domínio exclusivo da esquerda, o que é um mau sinal para a nossa democracia. Esta espécie de exclusão de metade do espectro político do exercício da mais alta função significa que o País ainda não cresceu o suficiente. Nesse sentido, a eleição de Cavaco - a acontecer - será tão importante como foi a extinção do Conselho da Revolução. Será a prova de que atingimos a maioridade política.

Tuesday, November 15, 2005

Eles vêm aí

Christian Noyer, o Governador do Banco de França defende(numa entrevista, ontem, ao Echos) uma subida das taxas de juro. Diz ele que a inflação na zona euro é, insistentemente, de 2,5% e que, por isso, há que subir as taxas de juro.Mais vale prevenir.
A retoma, que não se vê, não vai chegar.

And now for something completely different

À atenção da Direita Liberal, e de outros eventuais interessados. Há Liberais em França. Chamam-se Liberté Chérie e há dias foram manifestar-se contra uma greve. Entre outras coisas, entre outras coisas.

Por favor não me mostrem a próstata

Isto não diz muito sobre a saúde física do Dr. Soares, mas diz muito sobre a saúde mental.

Monday, November 14, 2005

Ti card

Saturday, November 12, 2005

O ódio como causa

Às voltas na net descubro o meu amigo João Miranda, a Alexandra, o Vicente e outros, reunidos num blog que consiste em ser anti-cavaquista. A Explicação, deste blog e de outros, é simples - de resto a esquerda gosta de confrontos simplistas: progressistas/reaccionários, anti-salazaristas/fascistas, bem intencionados/mal intencionados, coisas que não questionem o seu mundo pré-fabricado nem a sua visão maniqueísta da propriedade das boas intenções -. Mas indo ao que interessa, diz o João que a esquerda é plural por natureza, enquanto que na direita há unicidade porque não se aprecia o debate político.
Para responder, usando o mesmo raciocínio que é usado, poder-se-ia explicar que à direita do centro há o PSD e o CDS - ambos democratas - enquanto que à esquerda do centro durante mais de duas décadas havia o PS, e depois havia o PC, sobre cuja natureza não-democrática suponho que o João e companhia não terão grandes dúvidas. E suponho que podemos excluir da conversa o episódio PRD. Portanto, se é para falar de pluralismo, se calhar, a fazer as contas assim, teríamos de concluir que a direita é mais plural.

Por outro lado,quando convém, o CDS não existe, é reboque, é não-sei-o-quê. Quando interessa - como na altura em que os dois partidos estavam no governo - o PSD é de centro, civilizado, cordato e moderado, mas o CDS lidera e leva-o para a direita trauliteira. Eu sei que a coerência é a virtude dos que não têm imaginação, mas um pouco menos de criatividade argumentativa era bem vinda.

Mas há há mais. Entre eles - candidatos da esquerda - a troca de acusações quanto ao mal que as respectivas candidaturas fazem à esquerda é constante - como de resto será se Cavaco ganhar à primeira volta (já te tinhas lembrado disso, João? É o risco das certezas apressadas).

Os números, como os factos, dão para todo o tipo de argumentações. Convinha, no entanto, que a discussão fosse realista. O que vos une, afinal? Serem de esquerda? Muito bem, desavindos na primeira volta, na segunda o anti-europeísmo do PC é gémeo do federalismo soarista, o anti-liberalismo do Bloco e o ódio ao mercado fará companhia ao socialismo na gaveta e ao realismo da economia de mercado dos socialistas in power, os casais homossexuais do Bloco e do PS fracturante andarão de mãos dadas com o "nós estamos aqui com as nossas legítimas mulheres" de Soares em 1979, o anti-americanismo do Anacleto e as saudades de Moscovo de Jerónimo farão companhia ao Soares amigo de Carlucci, Portugal fora da Nato será equivalente ao Portugal na Nato. E por aí fora. Portanto, até lá vão separados porque são muito pluralistas, mas na essência iguais, porque de esquerda. É nisso que querem que acreditemos?

Meus caros, o que justifica a existência de diversas candidaturas de esquerda em 2005 é o que justificou a sua inexistência em 1996, e que justificou a sua existência em 1986, na primeira volta: o facto de, neste momento, estarem a disputar o segundo lugar. Só isso. Um pouco de realismo na análise ajuda.

Thursday, November 10, 2005

Cavaco, porquê?

A situação económica europeia é fraca e a vontade de reformar dos governos europeus mais fraca ainda. Por mais evidente que seja a necessidade de corrigir o modelo, de reconhecer a necessidade de fazer alterações - mais do que poupança, apertar do cinto e expressões do género manifestamente ultrapassadas - a economia europeia precisa de condições de crescimento, e condições de crescimento quer dizer maior concorrência, maior abertura dos mercados, mais liberdade.

Neste contexto Portugal não é diferente e precisa exactamente do mesmo. Mais, precisa que o governo (este, porque não se esperam nem se desejam eleições que interrompam a legislatura) não interrompa nem desfaça o efeito de algumas reformas à beira das eleições. Ao mesmo tempo, o país dispensa - com urgência - um inquilino de Belém com propensão para a confraternização e para a compreensão de tudo o que é reclamação e queixume social e corporativo. Belém não pode ser o albergue das corporações ofendidas.

É por tudo isto que Cavaco é bom.

Cavaco é, evidentemente, em parte responsável por aquilo que Portugal é hoje, de bom e de mau. Acontece que aqui não se trata de julgar os governos da década de 80 e 90. Isso já foi feito. Nem tão pouco se trata de escolher uma espécie de Presidente ideal, bom para todas as ocasiões. Trata-se de realismo. O País precisa de uma presidência que tenha uma visão consciente da urgência do problema do país. E o problema do país é, antes de mais, económico. Mas é também de cultura. Não da cultura do campeonato da literatura, mas de uma cultura de exigência ou de facilitismo, de concorrência ou de crença num modelo social ineficiente.

É tudo isso que está em causa nestas eleições. E é exactamente por tudo isso que Cavaco é melhor.

Eu voto Cavaco porque acredito que é preciso um Presidente da República exigente com o governo e preocupado com o País. Simples.

Se eu quisesse glamour e distração, pedia que mandassem vir a Carolina do Mónaco. Ou a Stephanie.

Cavaco, porque é preciso

Wednesday, November 09, 2005

Saudades da Kapa e uma reconciliação

K: Que riscos corre Portugal, em particular?
Principalmente, riscos externos: um novo choque petrolífero seria terrível, ou uma recessão profunda dos nossos parceiros económicos da CEE.

In Kapa, entrevista de VPV a Cavaco. 1991.

14 anos depois, aconteceram as duas coisas ao mesmo tempo. Mas o mais relevante é ler, com todo este distanciamento, a entrevista. 14 anos depois o homem irrita menos. E tinha razão, muitas vezes tinha razão.

Monday, November 07, 2005

Carácter previsível. Só não percebeu se é um elogio. Ou não.

ENFP - "Journalist". Uncanny sense of the motivations of others. Life is an exciting drama. 8.1% of total population.
Free Jung Personality Test (similar to Myers-Briggs/MBTI)