Monday, October 31, 2005

Couve-de-bruxelas. Self-promotion

Graças ao Bernardo Pires de Lima e ao seu Sinédrio, confirmo que a Atlântico deste mês já saíu e que, como previsto, estou lá. Quando chegar compro, leio e publicito. Os outros, claro.

Tá quieto!

O Francisco José Aviz etc etc.
é um Blogonómada, e o resultado é que nunca sabemos onde é que ele está. Que é também o que acontece fora dos blogs. Tá quieto. Ou então faz links. Aqui e na vida em geral.

O destino dos outros

O problema das vidas dos outros de que não gostamos é que na maior parte dos casos eles também não. Nem esperavam que fossem assim. É esse detalhe que complica.

Crónicas inglesas. New labour, real labour

As notícias inglesas mostram que à medida que o respeito - o temor - ao chefe vai desaparecendo, o New Labour vai desaparecendo e o real Labour reaparecendo. O pior é que à direita, a cada oportunidade destas, os Conservadores respodem ao lado. Blair fala de ordem, eles respondem com liberdade. Excepto Cameron, que já apoiou as propostas de reforma na educação, ao contrário do sentimento de uma parte dos labour MPs. Finalmente. Resta confiar no bom senso dos conservadores.

Sunday, October 30, 2005

Pequenas provocações entre amigos

Os partidos, para além de uma dose razoáveld e ideologia e programa, devem fazer por ter eleitorado. Costuma ser útil. Ora, quando para ter visibilidade há quem ache que um partido deve fazer o oposto do que os seus eleitores vão fazer, alguém está errado.
Vem isto a propósito da preocupação do Paulo e do comentário do Zé sobre as caras do CDS e a sua visibilidade ou invisibilidade nas cerimónias da campanha de Cavaco. Pequena provocação entre amigos é eu perguntar porque razão é que a "oposição"? interna do PP - ou alternativa ou o que seja - não aparece na primeira nem na última fila dos apoiantes de Cavaco, insistindo em tudo fazer para ficar ou fora do retrato ou mal na fotografia.

Afinal, querem Cavaco, ou não? Este, entenda-se.

PS, salvo seja: A propósito, bom post do Eduardo Nogueira Pinto.

As virtudes da imigração e outros detalhes

O ano passado, em Maio, quando entraram oito países da antiga Europa de Leste, só o Reino Unido, a Irlanda e a Suécia é que lhes deram plena liberdade de circulação e residência. Um ano e quase meio e alguns 230 mil europeus de leste depois, os britânicos estão muito satisfeitos com os seus canalizadores polacos, os que os franceses não deixam entrar. Pelo menos a maioria parece estar, e parece ser esse o tom do discurso mais lido.
Mas há uma lição a tirar - para além da evidência: a imigração é vantajosa para quem a recebe e um risco para os países que perdem os seus mais ousados e empreendedores - como seria de esperar, em economias em crescimento a imigração é um factor de maior crescimento - sobretudo em sociedades com tendência para diminuição demográfica. Mas também são necessárias as políticas para ter uma economia assim. É esse o detalhe.

Egocentrismos e outros acasos

Egocentrismo é ter sido preciso isto para eu descobrir que o Rui Costa Pinto tem um blog.
E a propósito de blogs.
O António Ribeiro Ferreira tem um.
E o Snob também. Já agora, guardem-me um wiskey, quinta. Lá para as duas.

Saturday, October 29, 2005

Quem é terrorista?

O Expresso de hoje resolveu fazer um belo título, perdendo a oportunidade de contar uma excelente história.
"Deputado português com amigos terroristas" é, de facto, um excelente título. Infelizmente induz uma leitura onde se perde o melhor da história.
Para o Expresso o que conta é que "O EURODEPUTADO português Paulo Casaca tem como assistente Firouz Mahvi, cidadão britânico membro do Conselho Nacional da Resistência do Irão, braço-político dos Mujahedin-e Khalq (MEK), os Mujahedin do Povo, organização classificada como terrorista pela UE e pelos EUA".

Para quem conhece a história o interessante é o resto. O Conselho Nacional da Resistência do Irão, braço-político dos Mujahedin-e Khalq (MEK), os Mujahedin do Povo é o principal movimento de oposição ao regime iraniano, e só foi qualificado como terrorista com o objectivo de dar um sinal de boa vontade à rapaziada de Teerão. Gente do melhor, somo se sabe. De resto, a lista onde este movimento está incluído está longe de ser razoável, bastando para isso verificar quem é que lá não está.
Além disso, Paulo Casaca já contou essa história e descreveu - com óptimo estilo, por acaso - a sua viajem clandestina aos acampamentos do MEK no Wall Street Jounall. Um artigo que só por distração nenhum jornal português publicou.

Resumindo:
a história interessante é que há um Eurodeputado português que apoia activamente a resistência iraniana, tendo mesmo viajado clandestino no Iraque - já depois de 2003 - e publicado um artigo sobre essa viajem no americano WSJ;
a história que dava título era a que dizia que o homem era amigo de terroristas. Obviamente, foi a história publicada. claro que contam o resto, mas só o lê quem tiver paciência de chegar ao fim, depois de devidamente mentalizado para os riscos que o dito assistente representará.

Só mais uma coisa. Nunca falei mais de três segundos com Paulo Casaca, que é Eurodeputado do PS. Mas li o artigo que escreveu no WSJ e tenho lido sobre o CNRI e o MEK.

Thursday, October 27, 2005

O fim

Dizem as notícias que a Grande Reportagem vai ser suspensa. A notícia era mais ou menos esperada, mas não deixa de me entristecer. Em primeiro lugar as razões pessoais. A minha passagem pela GR foi a melhor experiência profissional que tive. Foi nitidamente o melhor sítio onde trabalhei. Mas há outra razão para ficar triste. O estilo GR - em todas as várias versões que foi tendo - faz falta ao jornalismo em Portugal. Se não há espaço para jornalismo assim, isso é mau sinal para o País.

Tuesday, October 25, 2005

Pedrada

Uma pedrada pode ser dura, uma pedra no sapato magoa, mas uma pedra nos rins, oh meus amigos! Ó António, um pingo de solda no ouvido aleija. Chiça.

Um bom primeiro-ministro não pode ser presidente

Ouve-se Soares - cada vez mais irritado, mais incomodado - e precebe-se o lema da campanha soarista: um bom Primeiro-Ministro não pode ser Presidente. É uma tese e compreende-se o empenho de Soares em defendê-la. De resto, para lá desta inovação em matéria de ciência política, sobra o gritinho de que Soares é fixe. Tudo isto é tão velho que eles nem percebem que ser fixe já não é cool nem fashion. Trolls.

Wednesday, October 19, 2005

Não, não pode ser e não é.

Lendo a história - não faço link mas aqui está o site: http://www.sky.com/skynews/home - percebe-se que não pode ser e não é. A rapariga queixa-se de o ter conhecido numa discoteca, terão ido juntos para o hotel e ... Ah, pronto, ok. a violção deve ter ocorrido quando, já debaixo dos lencóis, a moça se apercebeu das intenções de Ronaldo. Afinal ele não quereria discutir filosofia grega.

Ronaldo detido

NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO. Não pode ser.

Tuesday, October 18, 2005

Entre os joelhos e os bicos dos pés

O CDS/PP, ou uma malta do CDS/PP, anda entretida a discutir nos jornais e nos blogs a eventualidade de um não apoio a Cavaco. Ou, mais prosaicamente, a necessidade de existência de condições prévias a este apoio. A tese, ao que parece, é que os populares não se podem ajoelhar, como terá dito uma jovem popular.
Eu tenho o maior respeito pelos joelhos dos populares e das populares, mas suspeito que eles não percebem muito bem o país onde vivem.
A Direita (e o centro-direita e até algum centro-esquerda mesmo) quer Cavaco, entre outras razões, porque pela primeira vez pode chegar a Belém. Pela mesma lógica, essa gente não quer correr riscos e por isso nunca entenderia uma candidatura alternativa de direita. Tal como não compreende o desejo de regatear desta rapaziada do CDS/PP. O eleitorado em geral, e o de Direita em particular, não costuma apreciar o estilo mercearia à vista. Com isto, o exercício resulta num esforço absurdo para se afastarem dos eleitores, nomeadamente os eleitores de Fevereiro. Decididamente, esta rapaziada não se quer ajoelhar porque gosta de se pôr em bicos de pés. É um problema de posição.

O maior erro dos Soaristas

A estratégia presidencial dos apoiantes do Dr. Soares - como se nota nos textos de Vital Moreira passa, no essencial, por acusar do Prof. Cavaco de pretender alterar o regime e torná-lo mais presidencialista. Compreendo-os, mas suspeito que cometem o maior erro estratégico da sua campanha.
O Prof. Cavaco está quase eleito sem ainda se ter candidatado exactamente porque uma grande parte do País retém na memória os tempos de prosperidade vividos quando o cavalheiro era primeiro-ministro. Ora, ameaçar o eleitorado dizendo que é o Prof. Cavaco no fundo quer é governar o País, em vez de ficar Belém sentadinho ou andar por esse mundo fora montado numa tartaruga, é dizer-lhes, exactamente, aquilo que eles querem ouvir.
Essa é, aliás, a grande originalidade destas eleições. É que o povo parece ter escolhido Sócrates porque nem alternativa tinha, mas agora quer alguém que governe, e nitidamente lembra-se dos tempos de Cavaco com saudade.
Isto dito, não acho minimamente desejável a presidencialização do regime, mas é evidente que usar essa ameaça como estratégia eleitoral só pode servir para fazer crescer o potencial eleitoral de Cavaco. Excepto entre os letrados e os constitucionalistas, mas esses não têm um grande peso eleitoral.

Monday, October 17, 2005

Se calhar era uma vez um Deputado que raptava turcos

Primeiro foi o Soir que contou a história, agora é o Monde que a repete. Vural ÖGER, eurodeputado alemão socialista é suspeito de ter promovido o rapto de um cidadão turco com residência na Bélgica. Ah, afinal a Europa é muito mais divertida do que se pensa.

A normalidade

Se tivesse havido bombas, se tivesse havido atentados, se tivesse havido explosões e mortos, os telejornais abririam com as imagens, haveria enormes fotografias nas capas dos jornais e, claro, alguém gritaria uma vez mais que a intervenção militar no Iraque tinha sido um erro óbvio. Mas não.

No Iraque, há três anos de Saddam, houve um referendo, a maioria da população não teve medo - ou se teve teve ainda mais coragem e vontade - saíu de casa e votou. Talvez os sunitas saiam derrotados, talvez em Dezembro seja mais difícil, talvez. Mas para já as notícias são boas. Estranhamente são pouco notadas. Ou não estranhamente.

Pela segunda vez, a ida às urnas decorre em normalidade. E a normalidade é pouco excitante.

Friday, October 14, 2005

A ver se a gente se entende

Na sequência do meu comentário e do que se seguiu, lá fui. A história, com algumas variações, é a história conhecida.
Como diz o Eduardo Dâmaso hoje no DN - e eu não costumo citar o Eduardo Dâmaso - tudo o que Portugal deve fazer - e deve mesmo - é exigir um julgamento justo para toda - é esse o detalhe - toda esta gente. O resto, o resto não sie e não gosto nada desta mania de julgamentos mediatico-populares.
É que eu não duvido da inocência do piloto - por alguma estranha simpatia, admito que sim - mas por mais culpadas que as senhoras possam ser, não me parece que o seu destino presente o a ausência de um julgamento justo se justifique. Deformação jurídica, certamente.

Coelho manda no DN

Não se trata de uma teoria da conspiração ou de uma acusação gratuita, é o DN que o diz. Pelo menos já assina editoriais

Thursday, October 13, 2005

Parafraseando o que em tempos disseram sobre Michael Portillo

Não suporto gente que só tem ideias recentes, que não herdou nem uma. Sim, sim, embirrações, preconceitos.

Hoje à noite no Frágil.

Mais uma razão para ter pena de não estar em Lisboa. Às vezes parece que começam a ser muitas.

Cavaco, sem hesitação.

Tirando o meu amigo João Almeida e mais uns quantos, parece que as hostes à Direita começam a ganhar juízo e a perceber que nas próximas presidenciais o que está em causa é ligeiramente mais importante do que as suas vaidades ou do que os seus projectos pessoais.
Há dez anos, quando Cavaco já não era nada mais do que o Cavaquismo, a objecção ao homem era compreensível. Agora a coisa é mais simples. Entre um presidente que não é da esquerda sociológica, nem dos arranjos sistémicos da esquerda, e outra coisa qualquer de esquerda esquerda, que vai irremediável e inevitavelmente procurar sustentar um modelo irrecuperável, não há sequer que escolher. Cavaco, sem hesitação.

Embirrações

Não gosto de parágrafos que começam por números. Não gosto que não saibam que há uma enorme diferença entre ter muitos livros, ler muito e compreender o que se lê. E não gosto do liberalismo de complexo, uma modalidade de liberalismo em que se acredita apenas porque se odeia as classes mais altas, por mais nada. Embirrações, eu sei. Mas o preconceito é humano.

A Dinastia Vargas Llosa

O Vargas Llosa de que aqui falei há uns posts atrás é Alvaro, o filho. No texto de que falei na TNR desmonta o mito do Che Guevara com razoável simplicidade. Num livro que ainda hei-de comprar tenta fazer (e consegue, dizem os críticos)uma análise completa às causas da pobreza e do atraso da América Latina.
Confesso que não o conhecia e tenho pena.

Mude-se a lei, mude-se o povo, mas não se mude o essencial

Ao que parece, depois de terem visto o Major, a Dona Fáti e o Dr. Isaltino serem eleitos, os partidos do centro decidiram que era necessário mudar a lei para acabar com as candidaturas independentes a contas com a Justiça. Mais do que saber como é que pretendem fazer tal coisa (que critérios usar? Só não podem concorrer os acusados? Mas então Isaltino poderia. Basta ser arguido para não se poder? Mas nesse caso há uma mão cheia de políticos em geral e autarcas em particular que não poderia ter concorrido desta vez, apesar de ter beneficiado do apoio partidário), mais do que isso, o importante vai ser perceber qual a utilidade e a lógica da coisa. O Dr. Isaltino começou a ser investigado há mais de dois anos, a dona Fáti era para estar presa à espera de julgamento há mais de um ano e o Major já anda nesta vida há uns tempos também. O que verdadeiramente se passa é que como a Justiça não funciona, os partidos esperavam que o Ministério Público acusasse (ou apenas os jornais, quando não houvesse ainda acusação deduzida) e o povo condenasse. Como não condenaram, muda-se a Lei e condena-se por antecipação. Faz sentido, o Dr. Sampaio, que não sabe o que fazer com os dias que lhe restam de PR, também quer inverter o ónus da prova em matéria de crimes fiscais. A justiça não funciona? faz-se leis tipo América Latina a ver se a coisa funciona, nem que seja à força.

PS. Se eu vivesse em Oeiras teria votado isaltino. Porquê? Porque o que sei é que o cavalheiro é bom presidente de Câmara. Se é culpado de algum crime ou não, não sei e gostava que fossem os tribunais a dizer-me.

Sunday, October 02, 2005

Ele explica

Este post era aguardado há umas horas. Se quiserem perceber o que é sentir que o terrorismo se tornou demasiado banal e global, perguntem ao Fernando. Suspeito que ele perceberá muito bem.