Aliki Burnay, 1939 - 2007
A história da Vida da minha Mãe foi uma história de amar.
A Minha Mãe amou a Vida e tudo o que ela tem de grande. Amou o sol, o mar e sobretudo as pessoas. Mas amou também o que faz a diferença.
Amou os beijos do avô Rabi, as ondas da praia de Santo Amaro de Oeiras, as visitas à tia Nitza nas grades do colégio do Bom Sucesso e amou o tio Jorge como uma luz. Amou as amigas do liceu que ficaram para sempre, as gargalhadas dos primos Teresa e Zé Manuel e o filho do filho de um primo que mal conheceu. E amou muito o amor da Tia Bé, o amor que a avó Kiki me tinha e uma família grande que esteve sempre perto.
Amou homens como uma mulher, amou amigos como uma menina e amigas como uma irmã.
Amava rir, e chorou e sofreu como chora e sofre quem ama.
Amou viajar, amava o sol e o mar, o pôr-do-sol e o nascer do dia. Amou gente que eu nunca vi e amou gente que viu uma vez só.
Amou cada lugar por onde passámos juntos e sonhava com os lugares por onde ainda haveríamos de passar. E fez fotografias para poder amar de novo os lugares onde tinha sido feliz.
Amou os meus amigos como se fossem seus e os meus primos como se fossem meus irmãos. E amou o dia em que se sentou à mesa com os irmãos que eu tinha, assim como amava as netas e os netos que não eram seus. E até amou quem eu não soube amar.
Amava beijar, tocar, contar histórias, rir e ouvir. E até a comer parecia ter paixão.
A minha mãe amou trabalhar. E por muito medo que tivesse do estreito de Gibraltar, e tinha, atravessou-o até já não poder cruzar mais nenhum mar, porque nunca soube o que era desistir ou deixar.
A minha mãe ouvia música em silêncio e amava deixar-se ficar.
Amava os outros, e assim se amava a si. Por isso lhe era tão fácil sorrir.
E amou-me a mim, como eu não sei se algum dia saberei amar.
Durante sessenta e oito anos a minha mãe amou, e como só acontece a quem muito ama, foi muito amada.
A história da vida da minha mãe é uma bonita história de amar. Por isso foi feliz.
A Minha Mãe amou a Vida e tudo o que ela tem de grande. Amou o sol, o mar e sobretudo as pessoas. Mas amou também o que faz a diferença.
Amou os beijos do avô Rabi, as ondas da praia de Santo Amaro de Oeiras, as visitas à tia Nitza nas grades do colégio do Bom Sucesso e amou o tio Jorge como uma luz. Amou as amigas do liceu que ficaram para sempre, as gargalhadas dos primos Teresa e Zé Manuel e o filho do filho de um primo que mal conheceu. E amou muito o amor da Tia Bé, o amor que a avó Kiki me tinha e uma família grande que esteve sempre perto.
Amou homens como uma mulher, amou amigos como uma menina e amigas como uma irmã.
Amava rir, e chorou e sofreu como chora e sofre quem ama.
Amou viajar, amava o sol e o mar, o pôr-do-sol e o nascer do dia. Amou gente que eu nunca vi e amou gente que viu uma vez só.
Amou cada lugar por onde passámos juntos e sonhava com os lugares por onde ainda haveríamos de passar. E fez fotografias para poder amar de novo os lugares onde tinha sido feliz.
Amou os meus amigos como se fossem seus e os meus primos como se fossem meus irmãos. E amou o dia em que se sentou à mesa com os irmãos que eu tinha, assim como amava as netas e os netos que não eram seus. E até amou quem eu não soube amar.
Amava beijar, tocar, contar histórias, rir e ouvir. E até a comer parecia ter paixão.
A minha mãe amou trabalhar. E por muito medo que tivesse do estreito de Gibraltar, e tinha, atravessou-o até já não poder cruzar mais nenhum mar, porque nunca soube o que era desistir ou deixar.
A minha mãe ouvia música em silêncio e amava deixar-se ficar.
Amava os outros, e assim se amava a si. Por isso lhe era tão fácil sorrir.
E amou-me a mim, como eu não sei se algum dia saberei amar.
Durante sessenta e oito anos a minha mãe amou, e como só acontece a quem muito ama, foi muito amada.
A história da vida da minha mãe é uma bonita história de amar. Por isso foi feliz.