Monday, January 31, 2005
"Eles mentem, eles perdem", dizia o BE. Zapatero ganhou umas eleições que o PP perdeu à bomba. E agora os iraquianos, com medo ou não, foram votar."Eles têm coragem, eles ganham". É isto que os BE da vida não percebem.
Thanks
"Então, não agradecesisto?" . E eu agradeço, para além de dizer que sou leitor regular, e amigo de alguns destes imperialistas bons
Descobertas com ligação
Às vezes não concordo com os meus amigos. Mas às vezes concordo mesmo. Descobrir, gente ou lugares, é muito bom.
O começo de uma nova história
O balanço provisório do dia de eleições no Iraque é motivo para uma contida satisfação.
Contida, porque cada um dos 25 mortos merece que a satisfação seja pouca, porque nada está fechado, porque não será amanhã que tudo mudou.
Mas merece satsifação. Durante os últimos meses - e até aos últimos dias - foi vendida a ideia de que as eleições seriam um desastre, um exercício falseado e inútil, ao qual os iraquianos não compareceriam por falta de confiança, segurança e vontade. Ia ser a demonstração final do desastre americano. Não foi.
Como se nota, há mais Iraque do que aquele que nos mostram nas notícias. Há o Iraque dos atentados, dos mortos, das bombas, da insegurança, do triângulo sunita. Mas parece que há outro onde as mulheres vestidas de preto levavam os filhos pela mão no dia em que foram votar.
A paz não começa agora, a democracia não se instala por decreto, por data ou por força de uma eleição. Mas o Iraque de hoje, com as necessárias reservas de realismo, justifica satisfação.
Os Homens - afinal sou optimista, em certas circunstâncias - têm uma inclinação natural para quererem ser livres. E para lutar por liberdade. E há dias em que sair de casa é uma prova de coragem e de vontade de luta.
Cada um dos iraquianos que saíu de casa e foi votar merece a nossa admiração, o nosso respeito e, acima de tudo, merece que a chamada comunidade internacional aprenda alguma coisa com o seu gesto.
E há mais uma coisa. Cada um destes homens e mulheres que foi votar não tem nada que agradecer aos europeus que falam sempre em nome da Europa, e isso é lamentável.
Contida, porque cada um dos 25 mortos merece que a satisfação seja pouca, porque nada está fechado, porque não será amanhã que tudo mudou.
Mas merece satsifação. Durante os últimos meses - e até aos últimos dias - foi vendida a ideia de que as eleições seriam um desastre, um exercício falseado e inútil, ao qual os iraquianos não compareceriam por falta de confiança, segurança e vontade. Ia ser a demonstração final do desastre americano. Não foi.
Como se nota, há mais Iraque do que aquele que nos mostram nas notícias. Há o Iraque dos atentados, dos mortos, das bombas, da insegurança, do triângulo sunita. Mas parece que há outro onde as mulheres vestidas de preto levavam os filhos pela mão no dia em que foram votar.
A paz não começa agora, a democracia não se instala por decreto, por data ou por força de uma eleição. Mas o Iraque de hoje, com as necessárias reservas de realismo, justifica satisfação.
Os Homens - afinal sou optimista, em certas circunstâncias - têm uma inclinação natural para quererem ser livres. E para lutar por liberdade. E há dias em que sair de casa é uma prova de coragem e de vontade de luta.
Cada um dos iraquianos que saíu de casa e foi votar merece a nossa admiração, o nosso respeito e, acima de tudo, merece que a chamada comunidade internacional aprenda alguma coisa com o seu gesto.
E há mais uma coisa. Cada um destes homens e mulheres que foi votar não tem nada que agradecer aos europeus que falam sempre em nome da Europa, e isso é lamentável.
Chá
Numa loja com dezenas de chás e infusões diferentes, vou cheirando frascos até distinguir os chás com caramelo das infusões que trazem aromas de frutos vermelhos, os verdes dos pretos, os macios dos fortes. Um prazer tranquilo. Vou aprender a gostar de chá sem açucar, que é como deve de ser.
Sunday, January 30, 2005
Geógrafo amador ou Volta ao Mundo num casaco amarelo
Mais uma de emigrante deslumbrado. Aliás, devia dizer expatriado, que é como a emigração de qualidade se trata.
Fim-de-semana em Paris, como se fosse pela primeira vez porque andei por onde nunca tinha andado. Marais, noite e dia, entre restaurantes, crepres numa crêperie apropriada e justamente chamada Suzete, copos num bar com ares de marroquino e dezenas de lojas de onde apetece trazer quilos de euros gastos mais em coisas de casa do que roupa. E sobretudo ver gente, muita gente que apetece observar. Duas velhas muito arranjadas, com casacos de pele e o peito descaído apertado para parecer bom. Casais de tudo e mais alguma coisa. Cães que levam enormes donos pela trela. E sacos a sairem de pequenas mãos de raparigas orientais que mostram o umbigo em tardes de chuva.
É tão bom.
Fim-de-semana em Paris, como se fosse pela primeira vez porque andei por onde nunca tinha andado. Marais, noite e dia, entre restaurantes, crepres numa crêperie apropriada e justamente chamada Suzete, copos num bar com ares de marroquino e dezenas de lojas de onde apetece trazer quilos de euros gastos mais em coisas de casa do que roupa. E sobretudo ver gente, muita gente que apetece observar. Duas velhas muito arranjadas, com casacos de pele e o peito descaído apertado para parecer bom. Casais de tudo e mais alguma coisa. Cães que levam enormes donos pela trela. E sacos a sairem de pequenas mãos de raparigas orientais que mostram o umbigo em tardes de chuva.
É tão bom.
Friday, January 28, 2005
Thursday, January 27, 2005
A cabeça do Dr. Souto Moura e outras miudezas
O Dr. Sampaio explicou hoje que acha que o Ministério Público tem de passar a depender efectivamente do poder político - mais precisamente da Assembleia da República, que é uma coisa mais abrangente, está bem de ver.
PS (salvo seja, ou nem por isso): tenho curiosidade em ver o que diz gente como Eduardo Dâmaso, que no começo do Processo Casa Pia falava da provável tentação do poder político em controlar o MP. E os conspirativos limianos , com quem antipatizo, mas desta vez vou ler.
PS (salvo seja, ou nem por isso): tenho curiosidade em ver o que diz gente como Eduardo Dâmaso, que no começo do Processo Casa Pia falava da provável tentação do poder político em controlar o MP. E os conspirativos limianos , com quem antipatizo, mas desta vez vou ler.
A doutrina da Liberdade (lá mais para baixo há posts mais curtos)
Já lá vão oito dias, mas continua a valer a pena ler integralmente o discurso da tomada de posse de Bush.
Se não, reter apenas algumas passagens, e depois comparar com o que é a doutrina europeia para uma segurança humana, mas já lá vamos:
"For as long as whole regions of the world simmer in resentment and tyranny -- prone to ideologies that feed hatred and excuse murder -- violence will gather, and multiply in destructive power, and cross the most defended borders and raise a mortal threat.
There is only one force of history that can break the reign of hatred and resentment and expose the pretensions of tyrants and reward the hopes of the decent and tolerant. And that is the force of human freedom.
We are led, by events and common sense, to one conclusion: The survival of liberty in our land increasingly depends on the success of liberty in other lands. The best hope for peace in our world is the expansion of freedom in all the world."
Mais um pouco, que vale a pena:
"So it is the policy of the United States to seek and support the growth of democratic movements and institutions in every nation and culture, with the ultimate goal of ending tyranny in our world.
This is not primarily the task of arms, though we will defend ourselves and our friends by force of arms when necessary."
E, com realismo:
"In the long run, there is no justice without freedom, and there can be no human rights without human liberty."
Para fechar, uma chapada na mitologia da boa vontade europeia sobre os imigrantes com um termo que nós nunca saberíamos usar: "Americans by choice and by birth".
Claro que um discurso é apenas um discurso. Mas das duas: ou tanto faz o que está lá escrito, porque por processos de intenções se decide antecipadamente o sentido do que quer que seja que o presidente dos Estado Unidos diz, ou então discute-se o documento, mesmo que com reservas.
Na segunda hipótese, que é intelectualmente mais séria e estimulante, peço que apontem uma falha a esta lógica. O conceito é simples: a América acredita que a paz, e a sua segurança, dependem da existência de Liberdade no Mundo. Mas sabe também que a Liberdade pode ter de ser conquistada pela força das armas.
Agora, Uma doutrina de Segurança humana para a Europa, apresentada por uma mão cheia de intelectuais e mentes brilhantes da Europa - incluindo Anthony Giddens e o ex ministro da Defesa espanhol, Serra.
Só para resumo, dizem eles - digo eu - que já (quase) não há guerras como antigamente, que se caracterizavam pela agressão de um Estado a outro, incluindo ocupação territorial.
Para os autores deste documento, o eixo desta doutrina é a ideia de que "os europeus não se podem sentir seguros quando há insegurança em várias partes do mundo". Isto significa, para os autores, que um mundo onde os governos, ou milícias, ou Estados vizinhos, ou mesmo catástrofes naturais, provocam a violação dos direitos humanos é um mundo que provoca a existência de conflitos que, irremediavelmente, saem das suas fronteiras territoriais e se tornam ameaças regionais ou globais, aí se incluindo a Europa.
Não há, pois, choque de civilizações, religiões particularmente atreitas ao fanatismo ou ameaças apenas dirigidas à segurança interna da Europa em particular, ou do mundo ocidental em geral. Há pessoas cujos direitos humanos são violados e que devem ser protegidas dessas violações, sob pena de serem uma fonte de insegurança– essa é, intencionalmente assumida, a nota realista e não utópica do documento. E, portanto, não há Kissinger, não há "os nossos ditadores", nem há interesses estratégicos como o petróleo, o mare librum ou outras teses do género.
Mas depois concretizam, e então consideram que em situações de insegurança, as operações devem obedecer a sete princípios quase auto-evidentes: primazia dos direitos (o objectivo de qualquer acção é a defesa dos direitos humanos, e apenas isso); clara autoridade política (um conjunto de regras e um centro de poder, instalado junto do futuro MNE europeu); multilateralismo (entendido como o recurso a instituições internacionais e regionais, mas também coordenação em vez de rivalidade ); "bottom-top aproach", ou seja, deve lidar-se com as comunidades locais em primazia, deve ter-se o seu apoio, o seu consentimento; recurso exclusivo a instrumentos legais, seja na tomada de decisão de agir – dependendo do CS da ONU preferencialmente – mas também criando um conjunto de regras que definam os métodos e as formas de acção das forças no terreno;
e - esta parte merece destaque -
um uso apropriado da força (as tropas enviadas têm de pensar tanto em proteger-se e evitar baixas do seu lado como no campo adversário. Claro que podem matar em auto-defesa, e até em alguns casos quando alguém tenta matar um terceiro, mas são excepções. Isto é expressamente referido no documento).
É aqui que temos o probelma. Antes de começarem a gritar contra Bush, os anti-americanos primários deviam ler um e outro documento, para perceber que há uma identidade de preocupações e até de lógicas de soluções. A diferença, que faz toda a diferença, é que a América é realista e sabe que corre riscos. A Europa não.
Se não, reter apenas algumas passagens, e depois comparar com o que é a doutrina europeia para uma segurança humana, mas já lá vamos:
"For as long as whole regions of the world simmer in resentment and tyranny -- prone to ideologies that feed hatred and excuse murder -- violence will gather, and multiply in destructive power, and cross the most defended borders and raise a mortal threat.
There is only one force of history that can break the reign of hatred and resentment and expose the pretensions of tyrants and reward the hopes of the decent and tolerant. And that is the force of human freedom.
We are led, by events and common sense, to one conclusion: The survival of liberty in our land increasingly depends on the success of liberty in other lands. The best hope for peace in our world is the expansion of freedom in all the world."
Mais um pouco, que vale a pena:
"So it is the policy of the United States to seek and support the growth of democratic movements and institutions in every nation and culture, with the ultimate goal of ending tyranny in our world.
This is not primarily the task of arms, though we will defend ourselves and our friends by force of arms when necessary."
E, com realismo:
"In the long run, there is no justice without freedom, and there can be no human rights without human liberty."
Para fechar, uma chapada na mitologia da boa vontade europeia sobre os imigrantes com um termo que nós nunca saberíamos usar: "Americans by choice and by birth".
Claro que um discurso é apenas um discurso. Mas das duas: ou tanto faz o que está lá escrito, porque por processos de intenções se decide antecipadamente o sentido do que quer que seja que o presidente dos Estado Unidos diz, ou então discute-se o documento, mesmo que com reservas.
Na segunda hipótese, que é intelectualmente mais séria e estimulante, peço que apontem uma falha a esta lógica. O conceito é simples: a América acredita que a paz, e a sua segurança, dependem da existência de Liberdade no Mundo. Mas sabe também que a Liberdade pode ter de ser conquistada pela força das armas.
Agora, Uma doutrina de Segurança humana para a Europa, apresentada por uma mão cheia de intelectuais e mentes brilhantes da Europa - incluindo Anthony Giddens e o ex ministro da Defesa espanhol, Serra.
Só para resumo, dizem eles - digo eu - que já (quase) não há guerras como antigamente, que se caracterizavam pela agressão de um Estado a outro, incluindo ocupação territorial.
Para os autores deste documento, o eixo desta doutrina é a ideia de que "os europeus não se podem sentir seguros quando há insegurança em várias partes do mundo". Isto significa, para os autores, que um mundo onde os governos, ou milícias, ou Estados vizinhos, ou mesmo catástrofes naturais, provocam a violação dos direitos humanos é um mundo que provoca a existência de conflitos que, irremediavelmente, saem das suas fronteiras territoriais e se tornam ameaças regionais ou globais, aí se incluindo a Europa.
Não há, pois, choque de civilizações, religiões particularmente atreitas ao fanatismo ou ameaças apenas dirigidas à segurança interna da Europa em particular, ou do mundo ocidental em geral. Há pessoas cujos direitos humanos são violados e que devem ser protegidas dessas violações, sob pena de serem uma fonte de insegurança– essa é, intencionalmente assumida, a nota realista e não utópica do documento. E, portanto, não há Kissinger, não há "os nossos ditadores", nem há interesses estratégicos como o petróleo, o mare librum ou outras teses do género.
Mas depois concretizam, e então consideram que em situações de insegurança, as operações devem obedecer a sete princípios quase auto-evidentes: primazia dos direitos (o objectivo de qualquer acção é a defesa dos direitos humanos, e apenas isso); clara autoridade política (um conjunto de regras e um centro de poder, instalado junto do futuro MNE europeu); multilateralismo (entendido como o recurso a instituições internacionais e regionais, mas também coordenação em vez de rivalidade ); "bottom-top aproach", ou seja, deve lidar-se com as comunidades locais em primazia, deve ter-se o seu apoio, o seu consentimento; recurso exclusivo a instrumentos legais, seja na tomada de decisão de agir – dependendo do CS da ONU preferencialmente – mas também criando um conjunto de regras que definam os métodos e as formas de acção das forças no terreno;
e - esta parte merece destaque -
um uso apropriado da força (as tropas enviadas têm de pensar tanto em proteger-se e evitar baixas do seu lado como no campo adversário. Claro que podem matar em auto-defesa, e até em alguns casos quando alguém tenta matar um terceiro, mas são excepções. Isto é expressamente referido no documento).
É aqui que temos o probelma. Antes de começarem a gritar contra Bush, os anti-americanos primários deviam ler um e outro documento, para perceber que há uma identidade de preocupações e até de lógicas de soluções. A diferença, que faz toda a diferença, é que a América é realista e sabe que corre riscos. A Europa não.
À atenção do Governo Civil de Lisboa
Prevê-se uma sessão pública de queima de Lodens para o próximo fim-de-semana.
Quem já experimentou diz que o Professor Freitas do Amaral tem um aperto de mão pouco firme. Mole, mesmo. Deve ser desagradável ser-se assim.
Os meus pobrezinhos
No meio da discussão que tem havido sobre direita, aborto, conservadorismo, moralismo e fascismo de esquerda, vícios públicos ou privados, há um ponto essencial: a repulsa da esquerda pela diferença que não é sua.
A esquerda gosta das minorias, só não admite que as minorias não sejam de esquerda. É essa a primeira razão da sua muito maior intolerância. É verdade que alguma direita tem tendência para impôr uma visão moral do mundo. Mas é bem verdade também que há uma forte tendência na esquerda para o fazer com recurso ao pior dos argumentos: quem não pensa como nós é hipócrita.
A esquerda gosta de homossexuais, só não admite que eles possam ser conservadores. A esquerda protege os pobres, só não aceita que eles sejam a favor do capitalismo. A esquerda defende os desempregados, só não admite que eles sejam economicamente liberais. A esquerda compreende os divorciados, só não concebe que eles sejam católicos.
A esquerda gosta que as minorias sejam isso mesmo. Minorias a tempo inteiro. Um divorciado, um desempregado, um pobre, um homossexual, uma mulher (tinha-me esquecido da hiper-minoria feminina), têm de ser apenas isso. E, presume a esquerda, se assim forem, serão de esquerda.
É aqui que tudo falha. Para começar, teríamos de admitir, e eu não admito, que cada um destes interesses específicos é melhor defendido pela esquerda. Não é. Mas, a benefício do argumento, compreendamos que a esquerda acha mesmo que sim.
Sobra a segunda parte do problema. Ninguém é apenas divorciado, homossexual, pobre, desempregado ou mulher. Até se pode ser tudo isso ao mesmo tempo, e ainda assim ser sempre mais qualquer coisa. Ser gente a tempo inteiro. É isso que a esquerda não admite. É por isso que tem mais tendências totalitárias do que a direita que tem inclinações autoritárias.
A esquerda adora os pobrezinhos. Desde que sejam, obedientemente, seus. Genuinamente - e esse é o problema - não concebe outra possibilidade.
A esquerda gosta das minorias, só não admite que as minorias não sejam de esquerda. É essa a primeira razão da sua muito maior intolerância. É verdade que alguma direita tem tendência para impôr uma visão moral do mundo. Mas é bem verdade também que há uma forte tendência na esquerda para o fazer com recurso ao pior dos argumentos: quem não pensa como nós é hipócrita.
A esquerda gosta de homossexuais, só não admite que eles possam ser conservadores. A esquerda protege os pobres, só não aceita que eles sejam a favor do capitalismo. A esquerda defende os desempregados, só não admite que eles sejam economicamente liberais. A esquerda compreende os divorciados, só não concebe que eles sejam católicos.
A esquerda gosta que as minorias sejam isso mesmo. Minorias a tempo inteiro. Um divorciado, um desempregado, um pobre, um homossexual, uma mulher (tinha-me esquecido da hiper-minoria feminina), têm de ser apenas isso. E, presume a esquerda, se assim forem, serão de esquerda.
É aqui que tudo falha. Para começar, teríamos de admitir, e eu não admito, que cada um destes interesses específicos é melhor defendido pela esquerda. Não é. Mas, a benefício do argumento, compreendamos que a esquerda acha mesmo que sim.
Sobra a segunda parte do problema. Ninguém é apenas divorciado, homossexual, pobre, desempregado ou mulher. Até se pode ser tudo isso ao mesmo tempo, e ainda assim ser sempre mais qualquer coisa. Ser gente a tempo inteiro. É isso que a esquerda não admite. É por isso que tem mais tendências totalitárias do que a direita que tem inclinações autoritárias.
A esquerda adora os pobrezinhos. Desde que sejam, obedientemente, seus. Genuinamente - e esse é o problema - não concebe outra possibilidade.
Mais (eventuais) vantagens de emigrante
Enormes saudades. Vou à virgin-express.com/. Duzentos e vinte Euros para passar o fim de semana em Lisboa. Se...
Wednesday, January 26, 2005
Ops, lá se foi a neve
Dramas de um imigrante deslumbrado. Afinal a companhia de neve não pode. E agora? Que fazer este fim de semana? Não me apetece ficar em Bruxelas. Vou espreitar o mapa. Londres fica a uma hora, Paris a duas, Amesterdam a duas e meia, Colónia mais ou menos ao mesmo. Vou dar uma volta. Apetecia-me neve. Eu sei que é branco, mas eu disse neve.
Acidentalmente contra
Os meus amigos acidentais pegaram-se com os Fedorentos por causa de uma jantarada em que o Ricardo Araújo Pereria terá participado. Deve ser da distância, mas não vos consigo perceber.
O Gato Fedorento em versão blog conheço bem. Em versão tv, por razões óbvias - a RTPi não inclui no serviço público - só conheço de uma noite em casa do Imperial JV.
Ora, dito isto, que são detalhes, não consigo concordar com uma linha do Acidental. O rapaz será humorista, será património nacional - talvez seja um exagero, mas pronto - será o que quiser, nada o impede de apoiar o Bloco.Tal como nada o impede de fazer bailado. Simplesmente,num caso, como no outro - suspeito-, o resultado corre o risco de ser idêntico: gosto do Ricardo Araújo Pereira quando faz humor. Não gosto do que pensa da vida, do mundo e da política. Tal como, cheira-me, não o gostaria de ver bailar.
Desculpem-me, mas a coisa é bastante simples.
Mas sim, n´O Acidental há quem tenha razão. O que o Luciano Amaral diz é correcto, exacto, isso, sim, é uma boa discussão com o Bloquista, seja ele de humor com meia pensão incluída ou não.
O Gato Fedorento em versão blog conheço bem. Em versão tv, por razões óbvias - a RTPi não inclui no serviço público - só conheço de uma noite em casa do Imperial JV.
Ora, dito isto, que são detalhes, não consigo concordar com uma linha do Acidental. O rapaz será humorista, será património nacional - talvez seja um exagero, mas pronto - será o que quiser, nada o impede de apoiar o Bloco.Tal como nada o impede de fazer bailado. Simplesmente,num caso, como no outro - suspeito-, o resultado corre o risco de ser idêntico: gosto do Ricardo Araújo Pereira quando faz humor. Não gosto do que pensa da vida, do mundo e da política. Tal como, cheira-me, não o gostaria de ver bailar.
Desculpem-me, mas a coisa é bastante simples.
Mas sim, n´O Acidental há quem tenha razão. O que o Luciano Amaral diz é correcto, exacto, isso, sim, é uma boa discussão com o Bloquista, seja ele de humor com meia pensão incluída ou não.
Dar-me música
De há uns anos para cá comecei a gostar dos Fleetwood Mac. Mas, mau como sou em música, nunca sei nomes de álbuns, de músicas e todos os detalhes que os melhores sabem. Mas agora apetecia-me ouvir "wish you were here". Apetecia-me.
Em compensação, estou a ouvir o Parlamento Europeu discutir o que deve ser a Europa nos próximos cinco anos. Dizem que vai ser "prosperidade, solidariedade e segurança". Pois - como me dizem que eu tenho a mania de escrever.
Em compensação, estou a ouvir o Parlamento Europeu discutir o que deve ser a Europa nos próximos cinco anos. Dizem que vai ser "prosperidade, solidariedade e segurança". Pois - como me dizem que eu tenho a mania de escrever.
Tuesday, January 25, 2005
Reencontrei
Reencontrei o Mexia e a promessa de que o Francisco e Lomba também vão lá às vezes. Espero.
Estranhos sites
Há sites para tudo. Até para escolher letras de música conforme o estado de alma. Por exemplo Esta que até tem música de mistério como esta dos fleetwoodmac. Até pode ser um site útil, convém é mandar com um cartão, como se faz com as flores, para que quem recebe perceba.
Gosto de anónimos
Gosto de gente sem nome que passa noites frias a distribuir cobertores a quem dorme na rua, gosto de gente que faz qualquer coisa de bom e depois nunca mais existe. Gosto de quem faz o mais discreto bem.
Qu'é deles?
Que é feito do Lomba, do Mexia, e do agora lento Viegas? Que é feito desta gente? Onde blogam eles?
O mundo está-me estranho.
O mundo está-me estranho.
O emigrante deslumbrado
Sexta Bruxelas, Sábado Amesterdam, Domingo Bruges. Esta Quinta por ali abaixo até Adelboden, na Suiça, para fazer ski - com dezenas de graus negativos, mas isso agora não interessa nada.
É esta a enorme vantagem de passar uns tempos cá.
É esta a enorme vantagem de passar uns tempos cá.
A onda e o herói
Foi no fim de semana da semana passada, em Cascais. . Um louco, um herói, alguém que surfou uma onda de seis metros sem jet-ski. Depois houve os que o fizeram, com jet-skis.
- Temos de comprar um jet-ski, diz-me ele.
- Temos de comprar uma máquina fotográfica, digo eu que sou mais cobarde e menos irrealista.
- Temos de comprar um jet-ski, diz-me ele.
- Temos de comprar uma máquina fotográfica, digo eu que sou mais cobarde e menos irrealista.
Ajuda
Se uma alma caridosa me ensinasse a colocar os links dos blogs favoritos aqui ao lado, ficava muito agradecido, sim senhor.
Neve
Isto não é Nova York (enquanto este Blog não tiver um desk o nome da cidade escreve-se assim porque eu quero)e eu não sou o José Cid, mas lá que cai neve em Bruxelas, lá isso cai.
Sem emenda
Todas as campanhas eleitorais têm estas alegrias. Alguém, de surpresa, diz o que não deve ou não quer, e subitamente aprende-se alguma coisa. Foi o que aconteceu no debate Portas/Louçã.
Louçã disse evidentemente o que queria. O Líder do Bloco não é inexperiente nem descuidado nessas coisas da comunicação. Mas podia ter percebido o efeito e ter-se arrependido. Pelo contrário, insiste e volta a usar a lógica da demagogia e da fraude para defender a sua posição.
Segundo a
TSF
O Bloco de Esquerda não se arrepende do ataque feito a Paulo Portas e explicou porquê à TSF. «Cada um tem o direito à sua opinião, mas o que realmente está em causa é saber se pode haver a diferenciação sectária do campo da vida e da morte, até porque hoje nas listas do PP, estão pessoas que entendem que uma mulher violada tem que ser presa se tiver abortado», adiantou Francisco Louçã.
Ora, como é público, nunca o PP sugeriu a revisão da Lei, pelo que o argumento é uma fuga para a mentira, evitando responder ao essencial. E o essencial não é que aquilo foi dito em frente de Paulo Portas. O essencial é que o Bloco acha que quem não gerou uma vida não pode falar contra o aborto. O resto, o resto é uma artimanha que revela nenhuma honestidade intelectual e outro tanto de fascismo.
Como diz o António Ribeiro Ferreira no DN de hoje, dia 20 o fascismo vai a votos. Quem votar Bloco sabe no que vota.
Deve ser muita fashion viver no país deles.
Louçã disse evidentemente o que queria. O Líder do Bloco não é inexperiente nem descuidado nessas coisas da comunicação. Mas podia ter percebido o efeito e ter-se arrependido. Pelo contrário, insiste e volta a usar a lógica da demagogia e da fraude para defender a sua posição.
Segundo a
TSF
O Bloco de Esquerda não se arrepende do ataque feito a Paulo Portas e explicou porquê à TSF. «Cada um tem o direito à sua opinião, mas o que realmente está em causa é saber se pode haver a diferenciação sectária do campo da vida e da morte, até porque hoje nas listas do PP, estão pessoas que entendem que uma mulher violada tem que ser presa se tiver abortado», adiantou Francisco Louçã.
Ora, como é público, nunca o PP sugeriu a revisão da Lei, pelo que o argumento é uma fuga para a mentira, evitando responder ao essencial. E o essencial não é que aquilo foi dito em frente de Paulo Portas. O essencial é que o Bloco acha que quem não gerou uma vida não pode falar contra o aborto. O resto, o resto é uma artimanha que revela nenhuma honestidade intelectual e outro tanto de fascismo.
Como diz o António Ribeiro Ferreira no DN de hoje, dia 20 o fascismo vai a votos. Quem votar Bloco sabe no que vota.
Deve ser muita fashion viver no país deles.
Again
"Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
o que lá vai já deu o que tinha a dar
quem ganhou, ganhou e usou-se disso
quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
(...)
chega aonde tu quisers
mas goza bem a tua rota."
Mais "Só", em "a gente vai continuar".
o que lá vai já deu o que tinha a dar
quem ganhou, ganhou e usou-se disso
quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
(...)
chega aonde tu quisers
mas goza bem a tua rota."
Mais "Só", em "a gente vai continuar".
Sim, sou fanático pelo Jorge Palma. E gostava de o ter como amigo. E de cantarmos juntos sem ser com os copos no Porão de Santos.
"...
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
o sistema é antigo e não poupa ninguém
somos todos escravos do que precisamos
reduz as necessidades se queres passar bem
que a dependência é uma besta
que dá cabo do desejo
e a liberdade é uma maluca
que sabe quanto vale um beijo"
"Enquanto houver estrada para andar
a gente vai continuar".
God Palma, A gente vai continuar. Só.
Enquanto houver estradas, nem todos os caminhos são iguais.
Boas viagens.
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
o sistema é antigo e não poupa ninguém
somos todos escravos do que precisamos
reduz as necessidades se queres passar bem
que a dependência é uma besta
que dá cabo do desejo
e a liberdade é uma maluca
que sabe quanto vale um beijo"
"Enquanto houver estrada para andar
a gente vai continuar".
God Palma, A gente vai continuar. Só.
Enquanto houver estradas, nem todos os caminhos são iguais.
Boas viagens.
Perguntas ao candidato
Se eu fosse um eleitor normal, se pudesse falar com um candidato, se ele me respondese, o que eu perguntava era:
Há mais carros ou camiões na A2 numa terça-feira à tarde? Porquê?
Quantos anos demora um pinheiro a dar lucro a quem o planta hoje?
Cabo Verde fica exactamente onde? E os cabo-verdeanos querem politicamente ficar lá?
Quantos portugueses fazem erasmus por ano?
Quantos portugueses passam um ano no estrangeiro - de preferência durante o ensino superior-?
O que é preciso para uma cidade do interior ser convidativa para quem vive numa grande cidade do litoral?
Quanto se gasta anualmente em acessibilidades às grandes cidades? E às médias cidades do interior?
Quando ardem milhares de hectares o que se perde? E quem perde?
Porque é que há tantos professores?
O que foi que a Irlanda fez e nós não fizemos?
Portugal produz o quê? e que exporta?
Portugal devia ter como objectivo o quê?
Ah, se eles soubessem.
Há mais carros ou camiões na A2 numa terça-feira à tarde? Porquê?
Quantos anos demora um pinheiro a dar lucro a quem o planta hoje?
Cabo Verde fica exactamente onde? E os cabo-verdeanos querem politicamente ficar lá?
Quantos portugueses fazem erasmus por ano?
Quantos portugueses passam um ano no estrangeiro - de preferência durante o ensino superior-?
O que é preciso para uma cidade do interior ser convidativa para quem vive numa grande cidade do litoral?
Quanto se gasta anualmente em acessibilidades às grandes cidades? E às médias cidades do interior?
Quando ardem milhares de hectares o que se perde? E quem perde?
Porque é que há tantos professores?
O que foi que a Irlanda fez e nós não fizemos?
Portugal produz o quê? e que exporta?
Portugal devia ter como objectivo o quê?
Ah, se eles soubessem.
The end, again
Mais um bocado de tempo em busca dos blogs perdidos. Decididamente, a maioria dos meus favoritos desapareceu.
Tudo acaba.
É estranho este sentimento de solidão. Desparecem estranhos e ficamos com com pena.
Tudo acaba.
É estranho este sentimento de solidão. Desparecem estranhos e ficamos com com pena.
A indifrença
Faz falta a esse país adormecido que acha mesmo que o mundo será diferente depois de Sócrates, descobrir o que se comemora agora, passados 60 anos. Depois podiam ter curiosidade e descobrir o que pode acontecer de novo.
De resto, sobra-nos o silêncio. Cada imagem tem o peso da nossa cumplicidade, tem o horror da sua "repetibilidade". Optimismo antropológico. Façam-me o favor de ler um livro de história.
De resto, sobra-nos o silêncio. Cada imagem tem o peso da nossa cumplicidade, tem o horror da sua "repetibilidade". Optimismo antropológico. Façam-me o favor de ler um livro de história.
Desvatagens de imigrante
A Inês esteve com gripe e eu não sabia. Isso sim é grave.
Se eu fosse mulher gostava de ser como a Inês. E depois atirava à cara das feministas a minha superioridade intelectual e o meu pragmatismo com três filhos ao colo. Como não sou - e se já assim é mau, em feminino este peso e esta figura seriam certamente desconcertantes - fico só contente por ela já não ter gripe.
Ah, ser imigrante às vezes é uma maçada. Um aborrecimento.
Se eu fosse mulher gostava de ser como a Inês. E depois atirava à cara das feministas a minha superioridade intelectual e o meu pragmatismo com três filhos ao colo. Como não sou - e se já assim é mau, em feminino este peso e esta figura seriam certamente desconcertantes - fico só contente por ela já não ter gripe.
Ah, ser imigrante às vezes é uma maçada. Um aborrecimento.
A descoberta do Bloco
Há dois anos e tal, por ter escrito o que se segue na GR fui chetado à brava. Agora deve ser mais simples de compreender:
"
Demagogia em bloco
Acarinhados pela maioria da imprensa, porque a maior parte dos jornalistas adora ser de esquerda e ao mesmo tempo não ter nada que ver com o poder, o Bloco de Esquerda tornou-se num fenómeno. Se a esquerda fosse chic, era chic ser do Bloco. Acontece que, para lá da originalidade de algumas propostas fracturantes, como se diz, o Bloco de Esquerda é sobretudo um misto de espetáculo mediático e poço de demagogia.
Francisco Louçã, Miguel Portas, João Rosas e os outros todos podem ter várias ideias, podem até ter muita razão nalguns casos, podem mesmo ter levantado algumas questões importantes. Não é essa a discussão porque não é isso que está aqui em causa. Para lá disso, háo estilo, e o contúdo, que convém pôr em causa.
O Bloco de Esquerda não precisa de fazer alarido para ir aos telejornais das oito, porque os jornais dão-lhe toda a cobertura possível para o seu espetáculo mediático. O Bloco de Esquerda fala como se fosse dono de várias verdades absolutas que o resto do mundo, por óbvia má-fé, não conhece nem quer respeitar. A demagogia é uma das armas preferidas dos bloquistas. Francisco Louçã se fôr preciso até diz, como disse num Fórum TSF, que a nova lei da droga se justifica pelo facto de não haver barões da droga presos nas cadeias (como se deixar de ser crime fumar charros - que até pode ser considerada uma medida louvável - fosse colocar mais barões da droga atrás de algumas grades). Para o Bloco de Esquerda, o importante é dizer coisas com pose de sincera convicção. O fim do sigilo bancário é que vai acabar com as fugas aos impostos; a lei da droga pode ser discutida em tempo relâmpago porque o tema está muito batido; a direita é má porque não gosta dos pobres e até quer pôr a segurança social nas mãos de ganaciosas companhias de seguros. Os casamentos entre homossexuais vão mudar o mundo. Os exemplos de arrogância moral e demagogia intelectual sucedem-se. O espalhafato é a regra.
Convém dizer que há mais maneiras de fugir aos impostos do que pelas contas bancárias; só entre os deputados que aprovaram a legislação relâmpago sobre dorga é que pareece que as opiniões eram definitivas, para a maioria da população a matéria ainda motivo de enormes dúvidas; o modelo de segurança social proposto pela oposição de direita vigora em vários países civilizados; a maior parte dos homossexuais nem sequer considera a hipótese da união de facto porque conhece o país em que vive e sabe que é necessária uma mudança generalizada de atitude antes de poderem andar por aí a declarar oficialmente a sua orientação sexual. e por aí fora. As propostas do BE são tudo menos verdades absolutas.
Claro que o Bloco de Esquerda merece, com certeza, respeito. Quanto mais não seja, porque vários portugueses lhe deram tantos votos que elegeram dois deputados. Mas, o BE não é a revuloção na política nem o Novo Mundo. E muito menos a Verdade revelada ao mundo. São apenas dois deputados com propostas, às vezes originais, nem sempre reflectidas, em algumas matérias. Pensar que os senhores são mais do que isso é um manifesto exagero."
Se não tenho filhos, não posso falar de aborto, presumo que não sendo de esquerda não posso saber o que é gerar o sorriso de um esquerdalho. Não comento mais a idiotia, a arrogância, o fascismo e a cretinice.
boa noite
"
Demagogia em bloco
Acarinhados pela maioria da imprensa, porque a maior parte dos jornalistas adora ser de esquerda e ao mesmo tempo não ter nada que ver com o poder, o Bloco de Esquerda tornou-se num fenómeno. Se a esquerda fosse chic, era chic ser do Bloco. Acontece que, para lá da originalidade de algumas propostas fracturantes, como se diz, o Bloco de Esquerda é sobretudo um misto de espetáculo mediático e poço de demagogia.
Francisco Louçã, Miguel Portas, João Rosas e os outros todos podem ter várias ideias, podem até ter muita razão nalguns casos, podem mesmo ter levantado algumas questões importantes. Não é essa a discussão porque não é isso que está aqui em causa. Para lá disso, háo estilo, e o contúdo, que convém pôr em causa.
O Bloco de Esquerda não precisa de fazer alarido para ir aos telejornais das oito, porque os jornais dão-lhe toda a cobertura possível para o seu espetáculo mediático. O Bloco de Esquerda fala como se fosse dono de várias verdades absolutas que o resto do mundo, por óbvia má-fé, não conhece nem quer respeitar. A demagogia é uma das armas preferidas dos bloquistas. Francisco Louçã se fôr preciso até diz, como disse num Fórum TSF, que a nova lei da droga se justifica pelo facto de não haver barões da droga presos nas cadeias (como se deixar de ser crime fumar charros - que até pode ser considerada uma medida louvável - fosse colocar mais barões da droga atrás de algumas grades). Para o Bloco de Esquerda, o importante é dizer coisas com pose de sincera convicção. O fim do sigilo bancário é que vai acabar com as fugas aos impostos; a lei da droga pode ser discutida em tempo relâmpago porque o tema está muito batido; a direita é má porque não gosta dos pobres e até quer pôr a segurança social nas mãos de ganaciosas companhias de seguros. Os casamentos entre homossexuais vão mudar o mundo. Os exemplos de arrogância moral e demagogia intelectual sucedem-se. O espalhafato é a regra.
Convém dizer que há mais maneiras de fugir aos impostos do que pelas contas bancárias; só entre os deputados que aprovaram a legislação relâmpago sobre dorga é que pareece que as opiniões eram definitivas, para a maioria da população a matéria ainda motivo de enormes dúvidas; o modelo de segurança social proposto pela oposição de direita vigora em vários países civilizados; a maior parte dos homossexuais nem sequer considera a hipótese da união de facto porque conhece o país em que vive e sabe que é necessária uma mudança generalizada de atitude antes de poderem andar por aí a declarar oficialmente a sua orientação sexual. e por aí fora. As propostas do BE são tudo menos verdades absolutas.
Claro que o Bloco de Esquerda merece, com certeza, respeito. Quanto mais não seja, porque vários portugueses lhe deram tantos votos que elegeram dois deputados. Mas, o BE não é a revuloção na política nem o Novo Mundo. E muito menos a Verdade revelada ao mundo. São apenas dois deputados com propostas, às vezes originais, nem sempre reflectidas, em algumas matérias. Pensar que os senhores são mais do que isso é um manifesto exagero."
Se não tenho filhos, não posso falar de aborto, presumo que não sendo de esquerda não posso saber o que é gerar o sorriso de um esquerdalho. Não comento mais a idiotia, a arrogância, o fascismo e a cretinice.
boa noite
Saturday, January 22, 2005
Palmaníaco
"A gente vai continuar".
Tira a mão do queixo/ Não penses mais nisso
...
Enquanto houver estrada para andar/ a gente vai continuar.
...
...
Letra de Jorge Palma. O álbum é o Só. Pois.
Tira a mão do queixo/ Não penses mais nisso
...
Enquanto houver estrada para andar/ a gente vai continuar.
...
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Letra de Jorge Palma. O álbum é o Só. Pois.
Friday, January 21, 2005
Citação corrigida
Amigo de amigo mandou uma correcção da citação.
Afinal é assim: "life is what happens when you're busy making other plans" . E o autor é John Lennon.
De facto fica mais perfeito.
Afinal é assim: "life is what happens when you're busy making other plans" . E o autor é John Lennon.
De facto fica mais perfeito.
Thursday, January 20, 2005
Novidades
Como é costume acontecer com as novidades, temos as boas e as más.
As boas: um novo template, com um look mais fashion, mais clean, mas direita conservadora no gosto, moderna na atitude.
As más: perdeu-se a lista dos blogs favoritos. Também não é grave, a maior parte deles já não existia. Vou ter de ter novos favoritos, e depois faço a lista. Entretanto, já recebi o primeiro bem "revindo". Foi o Rodrigo do acidental (finalmente um programa que dá para fazer hiperlinks depressa e bem). Tks mate.
As boas: um novo template, com um look mais fashion, mais clean, mas direita conservadora no gosto, moderna na atitude.
As más: perdeu-se a lista dos blogs favoritos. Também não é grave, a maior parte deles já não existia. Vou ter de ter novos favoritos, e depois faço a lista. Entretanto, já recebi o primeiro bem "revindo". Foi o Rodrigo do acidental (finalmente um programa que dá para fazer hiperlinks depressa e bem). Tks mate.
Citação com mérito
Por falta de memória, e provavelmente de cultura, já não sei de onde nem de quem é, mas cá fica:
"vida é aquilo que acontece enquanto se fazem projectos".
"vida é aquilo que acontece enquanto se fazem projectos".
Wednesday, January 19, 2005
Os amigos do Alex já não estão aqui
Volto aos blogs e sinto-me como se o Alex tivesse ressuscitado e os amigos tivessem quase todos partido.
Já aqui não vinha há meses e descubro que a maioria dos meus favoritos já não existe - como se nota pela coluna desalinhada aí ao lado. Outros existem, mas casaram-se (é o que acontece a quem regressa como se ainda fossemos todos adolescentes), ou vivem em uniões de facto alargadas.
Conclusão: o meu continua igual, e agora tenho um blog bonsai. Mirradinho e só.
Já aqui não vinha há meses e descubro que a maioria dos meus favoritos já não existe - como se nota pela coluna desalinhada aí ao lado. Outros existem, mas casaram-se (é o que acontece a quem regressa como se ainda fossemos todos adolescentes), ou vivem em uniões de facto alargadas.
Conclusão: o meu continua igual, e agora tenho um blog bonsai. Mirradinho e só.
o PPM
Por ser merecido, por serem amigos, e por interesse próprio - por esta ordem -, a coluna do lado passou a incluir o
PPM e os outros todos .
Agora vou-lhes pedir amizade.
PPM e os outros todos .
Agora vou-lhes pedir amizade.
O Bloco Central?
Delírio - ou não - zandinguiano.
O PS ganha sem maioria. O PSD perde e manda o Dr. Santana para bem longe. Os partidos fora do meio ganham votos, abanando a estrutura quase bipartidária e rotativista. É eleito presidente do PSD alguém bem dentro do sistema - o dr. Mendes, por exemplo. Faz-se um acordo. Uma junta de salvação nacional. Bloco Central em cima da mesa. Juntam-se os proprietários do regime.
O único verdadeiro entrave são as presidenciais. O eng. Guterres e o Prof Cavaco.
O PS ganha sem maioria. O PSD perde e manda o Dr. Santana para bem longe. Os partidos fora do meio ganham votos, abanando a estrutura quase bipartidária e rotativista. É eleito presidente do PSD alguém bem dentro do sistema - o dr. Mendes, por exemplo. Faz-se um acordo. Uma junta de salvação nacional. Bloco Central em cima da mesa. Juntam-se os proprietários do regime.
O único verdadeiro entrave são as presidenciais. O eng. Guterres e o Prof Cavaco.
O mito dos pactos
Com o empenho do Presidente da República, e algum entusiasmo de quem faz opinião, vai-se generalizando a ideia de que o país precisa de pactos de regime para uma mão cheia de coisas. Agora é o défice, mas já foi o sistema eleitoral, a educação, a saúde e quase tudo o que vai surgindo como estrutural, num dado momento. As virtudes da ideia são ilusórias, e a sua utilidade nula.
O país - que uma psicologia moderna considera deprimido -, perante os problemas que são reais, precisa de ter propostas de soluções capazes de romper com o mais enraizado corporativismo - a maior (aparente) vitória pos-mortem do Dr. Salazar - e escolher qual o seu caminho.
A ideia de que os dois maiores partidos se podem juntar, pactuar enfrentar as corporações e governar ao sabor das necessidades e não das conveniências parte de pressupostos errados.
Os dois maiores partidos são, pela natureza do sistema - e provavelmente pela natureza das coisas -, verdadeiros covis de todos os interesses e corporações. Por isso mesmo, juntar os dois maiores partidos só teria um resultado "lampedusiano": tudo pareceria mudar, para que nada mudasse. Inevitável. A Ilusão de um pacto de partilha dos descontentamentos corporativos por força da partilha do poder presume um desprendimento mútuo e uma capacidade de correr um risco de perder apoios sem ter medo do parceiro e sem poder invocar a coragem e a virtude dos resultados. Presume tudo o que não é verdade em política.
Mas, mais ainda, presume que há uma espécie de bom caminho, de morte plena das opções diferentes, de fim da política para sobreviver apenas a tecnocracia. Presume que bastava um gestor corajoso, dispensando convicções e opções. Presume tudo o que não é verdade.
Por isso, por mais que mentes brilhantes como o VPV há três anos também o tenham defendido, um pacto de regime - ou um Bloco Central que é o pacto de regime com divisão de pastas e postas, como convém aos partidos - seria uma garantia de imobilidade. O que o país precisa é de ideias, convicções e vontade de as pôr em prática. Ou, pelo menos, de uma ideia de Portugal e para Portugal. O resto ou é impossível ou seria uma ilusão.
O país - que uma psicologia moderna considera deprimido -, perante os problemas que são reais, precisa de ter propostas de soluções capazes de romper com o mais enraizado corporativismo - a maior (aparente) vitória pos-mortem do Dr. Salazar - e escolher qual o seu caminho.
A ideia de que os dois maiores partidos se podem juntar, pactuar enfrentar as corporações e governar ao sabor das necessidades e não das conveniências parte de pressupostos errados.
Os dois maiores partidos são, pela natureza do sistema - e provavelmente pela natureza das coisas -, verdadeiros covis de todos os interesses e corporações. Por isso mesmo, juntar os dois maiores partidos só teria um resultado "lampedusiano": tudo pareceria mudar, para que nada mudasse. Inevitável. A Ilusão de um pacto de partilha dos descontentamentos corporativos por força da partilha do poder presume um desprendimento mútuo e uma capacidade de correr um risco de perder apoios sem ter medo do parceiro e sem poder invocar a coragem e a virtude dos resultados. Presume tudo o que não é verdade em política.
Mas, mais ainda, presume que há uma espécie de bom caminho, de morte plena das opções diferentes, de fim da política para sobreviver apenas a tecnocracia. Presume que bastava um gestor corajoso, dispensando convicções e opções. Presume tudo o que não é verdade.
Por isso, por mais que mentes brilhantes como o VPV há três anos também o tenham defendido, um pacto de regime - ou um Bloco Central que é o pacto de regime com divisão de pastas e postas, como convém aos partidos - seria uma garantia de imobilidade. O que o país precisa é de ideias, convicções e vontade de as pôr em prática. Ou, pelo menos, de uma ideia de Portugal e para Portugal. O resto ou é impossível ou seria uma ilusão.
Wednesday, January 12, 2005
Macacário
Segundo o Diário Digital, que cita o Público, "O presidente da Grande Área Metropolitana (GAM) do Algarve, o social-democrata Macário Correia, abriu um concurso público para a elaboração de um hino do Algarve, cuja letra deverá incluir, «obrigatoriamente, a palavra «Algarve» no refrão».
aqui vai o meu contributo:
Oh Algarve, oh Algarve, oh Algarve
Tanto alarve, tanto alarve, tanto alarve.
aqui vai o meu contributo:
Oh Algarve, oh Algarve, oh Algarve
Tanto alarve, tanto alarve, tanto alarve.
Sunday, January 09, 2005
A oportunidade do CDS/PP
Vejo nas notícias o almoço. Só quem nunca esteve num almoço do CDS, ou do PP ou como lhe queiram chamar, é que não percebe a dimensão da coisa. Mais de quatro mil pessoas é muita gente, imensa gente para um partido que não está a disputar o primeiro lugar.
A estratégia de ir sozinho a estas eleições é a melhor aposta que o PP podia fazer.
A única virtude da inusitada dissolução do Parlamento é que na sua sequência se começou a reconhecer que as maiorias para governar não precisam de ser definidas apenas no dia das eleições, também podem e devem ser definidas depois, porque a Constituição permite uma geometria pós-eleitoral. E assim poderá morrer o mito da suposta utlidade do voto útil, nascendo um novo modelo - exactamente oposto ao desejado pelo senhor PR que resolveu opiniar sobre as virtudes das absolutas maiorias - em que os eleitores votam em quem querem e os partidos depois que se entendam, em vez de terem de ser os eleitores a fazer exercícios de contabilidade pré-eleitoral.
Ora, este cenário já seria por si só favorável ao PP - e resulta exatcamente do facto de o último governo ter sido uma coligação pós-eleitoral. Acresce que há, com fundadas razões, um razoável número de votantes que não encontra hoje uma boa razão para votar no PSD, sendo que não é gente que vote PS. É esse o eleitorado potencial do PP nestas eleições.
Por isso, e como mostra este almoço com mais de quatro mil pessoas, a 21 de Fevereiro o PP pode ter um resultado único (sim, mais de dez por cento, acredito).
Por último, os créditos a quem são devidos. Claro que as provas que o PP deu no poder foram dadas por todos os que exerceram esses lugares, mas é evidente que este PP é o de Paulo Portas e o mérito é quase integralmente apenas seu.
A estratégia de ir sozinho a estas eleições é a melhor aposta que o PP podia fazer.
A única virtude da inusitada dissolução do Parlamento é que na sua sequência se começou a reconhecer que as maiorias para governar não precisam de ser definidas apenas no dia das eleições, também podem e devem ser definidas depois, porque a Constituição permite uma geometria pós-eleitoral. E assim poderá morrer o mito da suposta utlidade do voto útil, nascendo um novo modelo - exactamente oposto ao desejado pelo senhor PR que resolveu opiniar sobre as virtudes das absolutas maiorias - em que os eleitores votam em quem querem e os partidos depois que se entendam, em vez de terem de ser os eleitores a fazer exercícios de contabilidade pré-eleitoral.
Ora, este cenário já seria por si só favorável ao PP - e resulta exatcamente do facto de o último governo ter sido uma coligação pós-eleitoral. Acresce que há, com fundadas razões, um razoável número de votantes que não encontra hoje uma boa razão para votar no PSD, sendo que não é gente que vote PS. É esse o eleitorado potencial do PP nestas eleições.
Por isso, e como mostra este almoço com mais de quatro mil pessoas, a 21 de Fevereiro o PP pode ter um resultado único (sim, mais de dez por cento, acredito).
Por último, os créditos a quem são devidos. Claro que as provas que o PP deu no poder foram dadas por todos os que exerceram esses lugares, mas é evidente que este PP é o de Paulo Portas e o mérito é quase integralmente apenas seu.
As imagens magoam
Depois de um período inicial em que me fazia falta ver algumas imagens dos momentos mais assustadores, para perceber a dimensão da tragédia ou talvez por ter tanta necessidade de ver como toda a gente, agora acho-as insuportáveis. De um momento para o outro sucedem-se os vídeo-amadores e os milhares de mortos que ainda estavam vivos ganham corpos, ganham caras, ganham uma morte que vemos em directo repetidas vezes.
O que me impressiona mais não é a violência das águas, os rios de lama e de destroços, é cada um dos vivos que vão morrer presos a postes, arrastados a tentar segurar um ramo, os condutores de carrinhas azuis atiradas contra paredes. São os mortos que então ainda estão vivos.
É evidente que os quase duzentos mil mortos existiam, que a tragédia foi isso mesmo, que cada segundo que durou foi de uma violência extrema, mas agora sentimo-la mais, vemo-la mais e isso torna-a mais real, mais próxima. E magoa mais.
O que me impressiona mais não é a violência das águas, os rios de lama e de destroços, é cada um dos vivos que vão morrer presos a postes, arrastados a tentar segurar um ramo, os condutores de carrinhas azuis atiradas contra paredes. São os mortos que então ainda estão vivos.
É evidente que os quase duzentos mil mortos existiam, que a tragédia foi isso mesmo, que cada segundo que durou foi de uma violência extrema, mas agora sentimo-la mais, vemo-la mais e isso torna-a mais real, mais próxima. E magoa mais.
Mais uma vez
Pelas mesmas razões de outras vezes, voltei depois de ter interrompido. Já nem me parece necessário insitir, um blog é um acto de liberdade, e quando não se pode ou não se quer, não se bloga. Claro que isso desertifica a coisa, mas isso é inevitável.
Agora já posso de novo. Passou o tempo inicial e estou finalmente instalado em Bruxelas - assistente de um Deputado Europeu, apenas a título de informação, e acrescente-se o óbvio, o que aqui escrevo compromete-me apenas a mim. E já não é pouco. Mas é evidentemente o mínimo.
De resto, volto ao blog numa altura em que visto de longe o País parece demasiado estranho.
O Presidente dissolveu o Parlamento porque nunca quis este governo - mas sabia que dar-lhe posse em Agosto era a única solução verdadeiramente coerente com a Constituição - ainda que não tivesse um bom argumento constitucional - a trapalhada generalizada ainda não é um conceito jurídico-político.
O PS está convencido de que pode violar uma das regras mais elementares da vida pública e conseguir aquilo que não faz sentido: uma maioria absoluta para quem não provou nada, muito pelo contrário.
Entretanto, o mesmo Presidente que iniciou um processo eleitoral que pode muito provavelmente resultar em maior instabilidade, apela agora a pactos de regime e opina sobre as virtudes absolutas das maiorias, revelando um frenesim inexplicável e pouco aconselhável.
Por último, e ainda que visto de longe, parece que em Portuga há uma coisa que se chama José Castelo Branco e cuja única graça que lhe encontro é ser vagamente aparentado com o Sr. António Costa do PS. Bem feito.
Volto, pois, nestas circunstâncias estranhas. Mas não tão estranhas que justifiquem o tom quase histérico com que se escreve nos jornais. Quase todos os textos usam adjectivos que levam a crer que cada momento que passa é definitivo. Não é, nunca é, e esta excitaçãoo é de facto um exagero.
E pronto, chega deste post abrangente, os próximos serão com de costume, sobre o que calhar.
Agora já posso de novo. Passou o tempo inicial e estou finalmente instalado em Bruxelas - assistente de um Deputado Europeu, apenas a título de informação, e acrescente-se o óbvio, o que aqui escrevo compromete-me apenas a mim. E já não é pouco. Mas é evidentemente o mínimo.
De resto, volto ao blog numa altura em que visto de longe o País parece demasiado estranho.
O Presidente dissolveu o Parlamento porque nunca quis este governo - mas sabia que dar-lhe posse em Agosto era a única solução verdadeiramente coerente com a Constituição - ainda que não tivesse um bom argumento constitucional - a trapalhada generalizada ainda não é um conceito jurídico-político.
O PS está convencido de que pode violar uma das regras mais elementares da vida pública e conseguir aquilo que não faz sentido: uma maioria absoluta para quem não provou nada, muito pelo contrário.
Entretanto, o mesmo Presidente que iniciou um processo eleitoral que pode muito provavelmente resultar em maior instabilidade, apela agora a pactos de regime e opina sobre as virtudes absolutas das maiorias, revelando um frenesim inexplicável e pouco aconselhável.
Por último, e ainda que visto de longe, parece que em Portuga há uma coisa que se chama José Castelo Branco e cuja única graça que lhe encontro é ser vagamente aparentado com o Sr. António Costa do PS. Bem feito.
Volto, pois, nestas circunstâncias estranhas. Mas não tão estranhas que justifiquem o tom quase histérico com que se escreve nos jornais. Quase todos os textos usam adjectivos que levam a crer que cada momento que passa é definitivo. Não é, nunca é, e esta excitaçãoo é de facto um exagero.
E pronto, chega deste post abrangente, os próximos serão com de costume, sobre o que calhar.